Cantora era habitué em Nova Friburgo e tem até monumento em sua homenagem, mas a cidade perdeu o fio da memória

Nascida há 100 anos no Rio de Janeiro, Elisete Moreira Cardoso nunca foi uma rainha da era do rádio com o apelo popular de suas contemporâneas Angela Maria (1929 – 2018) e Dalva de Oliveira (1917 – 1972), cujos repertórios melodramáticos tocaram mais diretamente os corações dos ouvintes. No entanto, a  Divina – epíteto que a acompanhou por toda a vida, atravessou os 54 anos de carreira, entre palcos, estúdios e viagens internacionais, em trajetória iniciada em 1936, com categoria vocal que lhe garantiu o reconhecimento como uma das maiores cantoras do Brasil de todos os tempos.

Elizeth Cardoso adorava subir a serra em busca de paz. Amiga pessoal de muitos artistas de sua época, como Ivon Cury, o ator Álvaro Aguiar, Rodolpho e Lurdes Mayer, que mantinham casa de veraneio na cidade serrana, quase sempre vinha à Nova Friburgo e se instalava numa das residências do Parque Santa Teresinha – no Bairro dos Artistas, hoje apenas Cônego, para repor as energias.

Foi numa dessas vindas que a direção do Nova Friburgo Country Clube, fundado em 1957, convidou-a para cantar no seu primeiro Baile de Gala, no Challet do Barão.

Depois, manteve estreito contato com um dos seus mais vibrantes fãs, o Prefeito Amâncio Mário de Azevedo. Em sua homenagem, no auge da carreira da artista, década de 1970, Amâncio erigiu um monumento em reconhecimento à amizade e ao amor que Elizeth dedicava ao povo friburguense quando vinha à cidade. Era comum encontrá-la entre seresteiros e artistas residentes por aqui.

Na estante, nos jardins da Praça Getúlio Vargas, inaugurada em 1975, em forma de tributo está escrito :” À Elizeth Cardoso, sol maior na escala  da música popular brasileira, as homenagens de Nova Friburgo pelos seus divinos 40 anos de talento.”

Elizeth morreu em 7 de maio de 1990.