Alfredo Dias Gomes comemora o centenário da mãe Janete Clair com curta-metragem e single

O centenário da grande dama da teledramaturgia brasileira, Janete Clair – comemorado no último dia 25 de abril – vem sendo festejado com diversas homenagens. Dentre eles, seu filho Alfredo Dias Gomes encontrei duas maneiras extremamente especiais para registrar a efeméride: o o baterista regravou a música “Clair de Lua” – obra imortal do compositor Claude Debussy, que deu nome à escritora – e produziu o curta-metragem “A Escritora”, gerado por Inteligência Artificial.
Single “Clair de Lune em Jazz”
“Minha mãe era apaixonada pela música clássica. Ficava horas na discoteca da rádio onde trabalhava e cantarolando “Clair de Lua” pelos corredores. Por causa disso, o diretor Otávio Gabus Mendes sugeriu que ela adotasse o nome artístico de “Janete Clair”, revela Alfredo.
A releitura da obra de Debussy ganhou tintas jazzísticas. “Pesquisei vários arranjos e encontrei uma versão da pianista coreana Jihee Yoon, gravado originalmente pela flautista coreana JiBaek”, comenta. “Através da gravadora, entrei em contato com a Jihee, que me autorizou a gravar o arranjo”. Alfredo conheceu, então, o irmão Guilherme Dias Gomes (flugelhorn), o pianista David Feldman e o baixista Jefferson Lescowich, imprimindo no arranjo a personalidade do quarteto.
A música “Clair de Lune” na versão jazzística começa com uma introdução de piano e flugelhorn. O baixo acústico e a bateria se juntam, criando um padrão rítmico em 6/8. O tema é apresentado. Depois, ocorrem solos de flugelhorn e piano. Após os solos, a composição volta ao tema original, seguida por solos de baixo e bateria, culminando na parte mais intensa da performance.
“A Escritora” resgata memórias da infância e da censura

Baterista e compositor de renome, em carreira solo desde os anos 90, o inquieto Alfredo Dias Gomes vem, nos últimos anos, se revelando também um roteirista e produtor audiovisual de talento, produzindo pequenas curtas de animação que vêm despontando em festivais por todo o mundo. Há quatro anos, em 2021, lançou o curta-metragem “Saudade” em homenagem a um irmão falecido, estreando no setor, conquistando prêmios internacionais (Cannes Indie festival,New YorkTri Estação, Seu Caminho Filme Festival, Nova Iorque Independente Prêmios de Cinema, Munique Música Vídeo Prêmios, Internacional Prêmios Sound Future e Roma Música Vídeo Prêmios). Em 2023, foi uma vez de “A Lenda”, seu segundo curta-metragem, música que ganhou formato em videoclipe também feito em animação, desta vez, porém, inspirado na obra dos próprios pais Dias Gomes e Janete Clair (Prêmios de Cinema Independente de Nova York , Prêmios Sound Future , Prêmios de Vídeo Musical Europeu, Euro Music Video Song, Festival Internacional de Roteiro e Cinema New Wave, Global Shorts).
Alfredo volta a lançar mão de suas recentes habilidades tecnológicas (autodidatas!) e acaba de finalizar seu terceiro curta-metragem, “A Escritora”. Diferentemente das duas produções anteriores, o novo filme foi feito a partir de imagens geradas por Inteligência Artificial, uma nova seara que despertou uma curiosidade do baterista pelas inovações do audiovisual.
O filme narra a história de quando Janete Clair teve que escrever, em duas semanas, um roteiro para substituir a novela “Roque Santeiro”, de seu marido Dias Gomes, pai de Alfredo. A novela foi proibida por censura por causa de um telefonema de Dias Gomes para um amigo contando que “Roque Santeiro” foi uma adaptação da sua peça de teatro “O Berço do Herói”, na época proibida pela censura. O telefone foi grampeado pelos militares e, assim, a novela foi proibida.
Com cerca de 13 minutos de duração, a produção é marcada também por momentos de ternura e afeto, tendo como pano de fundo o cotidiano da casa, com o personagem Alfredo, de 15 anos, fazendo barulho com sua bateria e enlouquecendo a mãe com sua bagunça. “Fazer essa homenagem para minha mãe é uma maneira de manter viva em mim a lembrança dela e retribuir tudo o amor que recebi durante os 23 anos que convivi com ela”, afirma Alfredo.
O single já está nas plataformas digitais e o curta-metragem encontra-se disponível no canal do YouTube do baterista (@alfredodiasgomes).
ALFREDO DIAS GOMES
Nascido no Rio de Janeiro, Alfredo Dias Gomes tocou com artistas como Ivan Lins, Hermeto Pascoal, Márcio Montarroyos, Ricardo Silveira, Victor Biglione, e muitos outros, além de participarem da primeira formação do grupo Heróis da Resistência
Em sua discografia, Alfredo lançou os álbuns “Tributo a Elvin Jones” (2024), ‘Metrópole’ (2021), ‘Jazz Standards’ (2020), ‘Solar’ (2019), ‘Ecos’ (2018), ‘Jam’ (2018), ‘Tributo a Don Alias’ (2017), ‘Pulse’ (2016), ‘Looking Voltar’ (2015), ‘Corona Borealis’ (2010), ‘Groove’ (2005), ‘Atmosfera’ (1996); ‘Alfredo Dias Gomes’ (1991) e o single ‘A Lenda’ (2023)
Homenagem à Janete Clair
Assistir “A Escritora”
Ouvir “Clair de Lua” – Alfredo Dias Gomes
https://tratore.ffm.to/clairdeluneinjazz
FICHA TÉCNICA – “Clair de Lune no Jazz”
Título do single: Clair de Lune in Jazz
Legenda: Homenagem à Janete Clair
Música: Clair de Lune
Autor: Claude Debussy
Intérprete: Alfredo Dias Gomes
Arranjo: Jihee Yoon
Músicos:
Alfredo Dias Gomes: bateria
Guilherme Dias Gomes: flugelhorn
Jefferson Lescowich: baixo acústico
David Feldman: piano
FICHA TÉCNICA – “A Escritora”
Roteiro: Alfredo Dias Gomes
Colaboração e Supervisão de Roteiro: Renata Dias Gomes
Animação e Motion Design: Alfredo Dias Gomes (Imagens Geradas Por IA)
Edição De Vídeo: Alfredo Dias Gomes e Leila Sarmento
Direção, Produção e Trilha Sonora: Alfredo Dias Gomes
Vozes Principais:
Janete Clair – Georgea Rodrigues
Dias Gomes – Leo Martins
Alfredo – Tom Dias Gomes
Participações especiais:
Alfredo Martins como o motorista da família
Márcio Simões como diretor de TV