Mais de 10 milhões de mulheres empreendem no Brasil
Uma pesquisa recente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) sobre o Empreendedorismo Feminino divulgado este ano aponta 30 milhões de empreendedores no Brasil. Deste total, as mulheres somam mais de 10 milhões à frente do próprio negócio, sendo a maioria atuante nos setores de serviços e comércio.
Percorrer o caminho do empreendedorismo é um desafio, mas o público feminino tem mostrado habilidade em se reinventar e se moldar conforme as necessidades do mercado. Exemplo de persistência e de paixão pelo negócio, a advogada Tatiana Parise decidiu abraçar seu sonho há oito anos e encarar a jornada do empreendedorismo, mesmo estando consolidada no seu escritório de advocacia. “Sempre fui apaixonada em receber os amigos, decorar minha casa, oferecer pratos individualizados, de acordo com o que cada um mais gostava. Além disso, gostaria de trazer ao mercado um novo conceito de festa, não apenas aos pequenos aniversariantes, como aos adultos e convidados. Foi então que abri meu primeiro buffet, em sociedade com outra empreendedora, para concretizar esse sonho”, explica Tatiana, à frente do Buffet Villa Kids Galpão, situado no ABC paulista.
Com jornada profissional dupla, Tatiana teve que se reinventar, mais uma vez, após a pandemia, quando se permitiu continuar vivendo seu sonho, mas desta vez, empreendendo sozinha. A advogada encontrou um novo ponto, construiu um novo buffet que administra até hoje. “Até o negócio tomar forma, ter capital de giro, caixa, é preciso ter paciência e uma outra fonte de renda. No meu caso, continuo atuando como advogada e isso me deu respiro por muitas vezes. No comércio, é preciso lidar com sazonalidade, reflexos na economia e variação de preços de inúmeros produtos o tempo todo, além do desafio de manter uma equipe de colaboradores motivados para trabalhar com alegria e disposição”, sinaliza Tatiana.
Outro ponto importante que trouxe inovação ao espaço foi o de propor brincadeiras lúdicas e sem eletrônicos para os pequenos, o que necessitava de uma boa equipe de recreação, e uma verdadeira degustação gastronômica. “Quis inovar no setor. A festa infantil precisa ter coxinha, hot-dog, batata frita e hambúrguer, mas é necessário que a comemoração seja especial também aos convidados adultos, com pratos mais elaborados, com massas, tábuas de frios, antepastos, quitutes árabes, boas bebidas, como nossa carta de vinho, e sobremesas servidas no prato, como a banana split. ”
A empresária acredita que o sucesso do negócio esteja nos diferenciais. No caso do buffet, especializado em festas infantis – com espaço para eventos, reunindo serviços de alimentação, entretenimento e decoração -, se destaca na região por encabeçar um projeto social, o Villa Solidária. Em parceria com o Fundo Social de Solidariedade da Prefeitura de Santo André, a ação acontece toda última terça-feira de cada mês, com diferentes instituições assistidas pelo órgão municipal. O que muitos não sabem é que o Villa Solidária é uma ‘corrente do bem’, já que as famílias que contratam festas no espaço também contribuem com o projeto, uma vez que parte da verba de cada contrato fechado é destinada a realizar a festa solidária.
O buffet arrecada ainda doações no local, como roupas em bom estado, calçados, materiais escolares, brinquedos, kits de higiene e produtos alimentícios – itens destinados ao Fundo Solidário da Prefeitura de Santo André. “Quando comecei meu negócio, sabia que enfrentaria muitas barreiras, mas não imaginava como seria recompensar ver tantas mulheres crescendo ao meu lado. Estamos provando nossa força e capacidade de transformar o mercado”, diz Tatiana.
Com o aumento de mulheres empreendendo, o Brasil reforça a importância de políticas públicas que apoiam o empreendedorismo feminino, facilitando o acesso a crédito e capacitação, além de promover condições mais justas de competição no mercado.