Rica Mello, líder da Câmara de Descartáveis./ Divulgação

Móveis de madeira sempre foram considerados luxuosos, duradouros e confortáveis, mas eles têm deficiências que fazem com que os móveis de plástico reciclado estejam ganhando espaço quando se trata de buscar alternativas sustentáveis para o planeta e interessantes para o consumidor.

De acordo com Rica Mello, líder da Câmara de Descartáveis, ainda que a madeira seja uma fonte naturalmente renovável, é provável que haja mais pessoas cortando árvores do que plantando. “Com tantos problemas ambientais, está aumentando a busca por opções de menor impacto à natureza. O plástico é uma ótima alternativa, principalmente o que vem das garrafas e de outras embalagens que foram descartadas como lixo”, explica.

Em 2021, o mercado global de móveis de plástico movimentou US$ 13,5 bilhões. Acredita-se que até 2027 esse valor chegue a US$ 17,8 bilhões.

Segundo Mello, existem diferentes tipos de madeira plástica. Entre elas, o polietileno de alta densidade (HDPE), que é a preferida dos fabricantes por ser sólida e resistente. Outras alternativas são a madeira preenchida por plástico e madeira em quantidades iguais;  a madeira reforçada com fibra de vidro e o poly lumber, um plástico que imita a textura e a aparência da madeira. “Os móveis de poliéster, por exemplo, são mais sustentáveis que os de madeira porque são feitos de plástico que já foi produzido e que iria para aterros sanitários. A reciclagem de plástico consome menos energia do que a fabricação de novo plástico, o que comprova sua sustentabilidade. E o melhor de tudo, a maioria das peças de móveis de plástico reciclado é 100% reciclável, podendo ser reaproveitadas novamente”, afirma.

Outros fatores, além da conscientização ambiental, têm ampliado a demanda por móveis de plástico reciclado, o que inclui o aumento de investimentos por parte de agências governamentais e a necessidade crescente dos consumidores por móveis de luxo de alta qualidade.

“Além da sustentabilidade, os móveis de madeira plástica têm vantagens para o consumidor, como a possibilidade de pintá-los de diversas tonalidades sem desbotar. E como o corante é adicionado à madeira plástica durante o processamento, os fabricantes conseguem produzir uma grande variedade de cores”, argumenta.

Outro ponto é a questão da manutenção do plástico, já que, ao contrário da madeira – que exige limpeza, envernizamento e pintura -, o material só requer uma limpeza simples com água e sabão. “Também não há ataques de insetos como acontece com os mobiliários de madeira. Isso acontece porque a madeira é usada como abrigo e alimento, já o plástico reciclado não. Todo material sintético é imune à ação de insetos, assim como ao desenvolvimento de bactérias ou mofo”, conclui Mello.