Por Ricardo Haag

Não existe um time vitorioso sem um bom capitão por trás. Gerir equipes com êxito é uma tarefa extremamente complexa e traz consigo uma responsabilidade imensa, mas nem todos possuem habilidades ou vontade para tal. Esse é um cargo que, assim como todos, traz seus prós e contras em sua rotina, que precisam ser analisados cuidadosamente por aqueles que cogitam ocupá-los para que se tornem líderes excepcionais e consigam conduzir seus times rumo ao sucesso.

Apesar de desempenhar um papel extremamente importante para alavancar o desempenho dos profissionais, nem sempre as companhias contavam com líderes realmente eficazes em suas funções. Esse era um cenário frequentemente visto há alguns anos, quando a liderança era um plano de carreira mais impositivo do que opcional em muitos negócios – o que fazia com que muitos fossem “promovidos” a essa posição sem que, de fato, quisessem ocupá-la ou tivessem o perfil ideal para realizar suas atribuições.

Com o passar dos anos, felizmente, uma dose importante de consciência foi tomada pelo mercado, compreendendo que nem todos conseguirão conduzir uma gestão de pessoas assertiva. Seja trabalhando presencialmente ou à distância, um bom líder não é aquele que impõe tarefas aos seus times, mas sim que os inspira a darem o melhor de si, se tornando um ponto de convergência entre as expectativas do negócio e a construção de um olhar de cuidado, desenvolvimento, construção e engajamento entre todos.

Esse é um papel de extrema importância para o sucesso das empresas e, ao mesmo tempo, bem solitário. Afinal, o peso da responsabilidade desta prosperidade recai consideravelmente sobre suas costas, assim como a “culpa” de metas não atingidas pela baixa performance individual ou coletiva das equipes. Todos esses pontos vêm sendo fortemente balanceados pelos profissionais, fazendo com que muitos não tenham fortes ambições em ocupar esses cargos.

Segundo um levantamento recente feito pela Harvard Business Review, apenas 34% dos profissionais dos mais de 3.600 buscam conquistar posições de liderança, junto com somente 7% que possuem como objetivo de carreira ocupar a cadeira de c-level. Dentre os motivos justificados para esses dados, muitos se questionam sobre o quão preparados deverão estar para assumir essa posição.

Por mais preocupantes que esses dados aparentem, eles na verdade reforçam o grau de autoconhecimento que os profissionais estão desempenhando atualmente, em uma reflexão importante para compreenderem se querem ou possuem as habilidades necessárias para se tornarem líderes. Essa não é mais uma promoção obrigatória, mas uma possibilidade que deverá ser analisada com base nas expectativas profissionais de cada um.

Existem diversas questões que devem ser levadas em consideração ao analisar se é válido ou não ocupar um cargo de liderança. Deles, um dos mais essenciais é sempre se lembrar do grau de importância de suas tarefas para engajar e motivar os times, assim como a responsabilidade que cairá neste profissional tanto no sucesso de suas tarefas quanto nos problemas que possam aparecer ao longo do caminho.

Por isso, é extremamente positivo buscar conversar com outros líderes para compreender melhor suas rotinas, ônus e bônus vivenciados diariamente, trazendo esses insights para a sua própria realidade. Cada um terá sua própria experiência e opiniões, o que ressalta a importância de buscar conhecer ao máximo essa rotina e refletir até onde ela se encaixa e está aderente ao seu perfil e desejos de carreira.

É apenas com uma alta dose de autoconhecimento, dados e fatos que será possível optar ou não por seguir esse caminho, para que se tornem líderes excepcionais que realmente façam a diferença para a felicidade, produtividade e crescimento das equipes e, consequentemente, de toda a empresa.

*Ricardo Haag é sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.