Foto: Ciete Silvério   

Quem optar em visitar o Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, nesta semana de feriado prolongado tem a oportunidade de conhecer a exposição Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação. A mostra, que fala sobre as línguas e culturas indígenas dos povos originários do Brasil, está com os dias contados, uma vez que ficará em cartaz somente até 23 de abril.

Com curadoria da artista, ativista, educadora e comunicadora indígena Daiara Tukano, a exposição propõe ao público uma imersão nas cerca de 175 línguas indígenas que existem e resistem no país desde o início do processo colonial e em meio a conflitos de terra, que ainda têm ameaçado a sobrevivência dos povos originários. A Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação busca mostrar outros pontos de vista sobre os territórios materiais e imateriais, histórias, memórias e identidades desses povos, trazendo à tona suas trajetórias de luta e resistência, assim como os cantos e encantos de suas culturas milenares. 

Contando com a participação de cerca de 50 profissionais indígenas – entre cineastas, pesquisadores, influenciadores digitais e artistas visuais como Paulo Desana, Denilson Baniwa e Jaider Esbell –, a mostra também conta com a consultoria especial de Luciana Storto, linguista especialista no estudo de línguas indígenas; e coordenação de pesquisa e assistência curatorial da antropóloga Majoí Gongora, em diálogo com a curadora especial do Museu da Língua Portuguesa, Isa Grinspum Ferraz. A abertura da exposição marcou, no Brasil, o lançamento da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032), instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e coordenada pela UNESCO em todo o mundo. 

Em janeiro, o Museu da Língua Portuguesa lançou uma versão virtual e gratuita de Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação (https://nheepora.mlp.org.br/), por meio da qual o visitante, em qualquer lugar do mundo, pode explorar o conteúdo da exposição. Há ainda disponível, também gratuitamente, uma série de materiais educativos e de pesquisa para download, incluindo um e-book contendo mapas produzidos exclusivamente para a mostra, por exemplo. 

O convite para conhecer as línguas faladas pelos povos indígenas e as transformações decorrentes da invasão colonial é também um chamado para experimentar outras concepções de mundo, e começa no próprio nome da exposição que vem da língua Guarani Mbya: nhe’ẽ significa espírito, sopro, vida, palavra, fala; e porã quer dizer belo, bom. Juntos, os dois vocábulos significam “belas palavras”, “boas palavras” – ou seja, palavras sagradas que dão vida à experiência humana na terra. 

SERVIÇO 

Exposição temporária Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação 

Até 23 de abril de 2023 

R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) 

Grátis para crianças até 7 anos 

Grátis aos sábados 

Acesso pelo Portão A 

Venda de ingressos pela internet: 

https://bileto.sympla.com.br/event/68203

Museu da Língua Portuguesa 

Praça da Luz s/n – Luz – São Paulo 

De terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência até 18h) 

www.museudalinguaportuguesa.org.br