5 títulos para conhecer autor de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”
Recentemente o autor Machado de Assis ganhou nova notoriedade nas redes sociais. Quando a influenciadora Courtney Henning Novak fez um post elogiando a obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, o assunto viralizou. A ideia da criadora de conteúdo é ler obras literárias icônicas de todo o mundo, em ordem alfabética de países. Quando ela chegou na versão traduzida do escritor brasileiro, se declarou tão encantada a ponto de querer aprender português para ler o livro na versão original.
A versão em inglês logo subiu no ranking de vendas nos Estados Unidos e se tornou um dos best-sellers da plataforma Amazon. A versão original foi publicada em 1880 no Brasil e inovou ao mudar padrões literários, como a introdução de um narrador-defunto que comenta sua trajetória com o leitor.
Cláudia Borinelli, bibliotecária do Colégio Marista Santa Maria, explica que Machado de Assis é um escritor, que nasceu em 1839, tornou-se jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo. “Sua fase realista se revelou quando expôs seu talento na análise do comportamento humano, descobrindo por trás dos atos bons e honestos, a vaidade, o egoísmo e a hipocrisia”, aponta.
Além do sucesso de “Memórias póstumas de Brás Cubas” , memórias de um defunto em seu enterro, que relembra sua infância, sua adolescência, seus amores e sua fase adulta, existem outros títulos que surpreendem pela genialidade da escrita e pela riqueza de conteúdo e contemporaneidade da sua obra. Confira quais são:
5 obras para conhecer melhor Machado de Assis
“Dom Casmurro”, o romance memorável entre Bentinho e Capitu, que expõe a dúvida sobre a traição de Capitu com o seu amigo Escobar. Temas tão atuais quanto perturbadores até hoje!
Em “Quincas Borba”, o autor critica o comportamento humano quando o protagonista herda os bens de um amigo com a condição de cuidar do seu cão, que leva o mesmo nome do dono. Para satisfazer seus interesses, o homem se mostra ao animal, enquanto o cão se revela solidário, fiel e esbanja afetividade!
“Alienista” retrata a vida do psiquiatra Dr. Simão Bacamarte, que abre um manicômio, mas se torna vítima dos conceitos de “loucura” que se desenvolve ao longo de toda a obra.
“Ressureição” conta a história de Félix, que é emocionalmente instável e que vive romances de até 6 meses. Novamente, aparece a crítica velada em relação às atitudes, aos comportamentos, aos costumes e às estruturas sociais da época, que poderia facilmente ser relacionado com o chamado “amor líquido” de Bauman, que transforma as relações em meras conexões, com uma fragilidade que se esvai como um líquido.
Além dos romances e ficções, seus contos também são igualmente geniais e recomendados por Cláudia Borinelli. Um deles, “O caso da vara”, surpreende pelo desfecho da história, que revela o lado mesquinho do ser humano, que privilegia sempre o próprio interesse.