Políticas de estímulo à produção e mercado de trabalho aquecido evitam queda disseminada na produção industrial, diz Firjan
Em agosto, a produção industrial brasileira registrou recuo de 0,6% frente ao mês anterior, na série com ajuste sazonal, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Firjan considera que a queda, que elimina a alta observada em julho, reflete em grande medida um cenário externo adverso, marcado pelas consequências econômicas da eclosão da guerra na Ucrânia e pelos gargalos logísticos mundiais que ainda perduram, embora em menor grau. Cabe destacar que a queda na produção de agosto ficou concentrada em oito das 26 atividades econômicas analisadas pelo IBGE. Apesar do recuo, vale ressaltar que a recuperação do mercado de trabalho formal, a ampliação das transferências de renda e as políticas de redução de impostos têm representado importantes fatores de estímulo para a produção. Essas variáveis influenciaram para retração menos disseminada entre os segmentos industriais.
A Firjan também ressalta que, para os próximos meses, a trajetória da produção industrial nacional depende de fatores políticos e econômicos que ainda estão repletos de dúvidas. No âmbito externo, o prolongamento da guerra na Ucrânia, a política de combate à transmissão da Covid-19 na China e a desaceleração do PIB de grandes economias são elementos de risco para o crescimento sustentável da indústria nacional. No Brasil, a alta taxa de juros e as dúvidas quanto ao futuro do arcabouço fiscal e à continuidade de políticas de estímulo à produção e ao consumo potencializam as incertezas. Nesse contexto, a Firjan reforça que a retomada consistente da indústria nacional dependerá da aprovação de reformas estruturais que tragam mudanças significativas em prol de um ambiente de negócios favorável, infraestrutura de qualidade, capital humano competitivo e um Estado eficiente.