Pintura Expressionista e a deformação consciente da realidade
Por Igor Arraes
No dia 12 de dezembro de 1863, nascia o precursor do Expressionismo (movimento artístico e cultural surgido na Alemanha em meados de 1905) – o pintor norueguês Edvard Munch.
Munch era dez anos mais novo do que Van Gogh, mas ambos iniciaram suas carreiras artísticas em 1880. Assim como o pintor holandês, Munch lutou durante toda sua vida contra a ansiedade e a insanidade, além da pobreza. Ele perdeu sua mãe e irmã favorita por tuberculose.
Em 1893, enquanto sua irmã estava hospitalizada em um asilo mental em Oslo, Munch produziu uma série que nomeou “O Friso da Vida”. Ele a descreveu como um poema de amor, vida e morte.
Nessa série, está um dos mais famosos e icônicos quadros da História da Arte: ‘O Grito’ (em norueguês: ‘Skrik’)
Munch produziu 4 versões diferentes dessa obra. A 1ª foi pintada em Berlim.
A pintura representa uma pessoa misteriosa, gritando sozinha numa doca, no fiorde de Kristiania, visto de Ekeberg, com uma visão ampla sobre a cidade, as colinas e o fiorde. Ela usa um manto sobrenatural e tem características físicas tão surreais quanto o céu vermelho sobre sua cabeça.
Há quem acredite que se trate do retrato de uma múmia peruana que Munch viu num festival de Paris em 1889. Outros afirmam ser um autorretrato de Munch, pois um ano antes (1892), ele descreveu no seu diário:
“Eu estava andando pela estrada com dois amigos quando, de repente, o céu se tornou vermelho como sangue. Eu parei e me apoiei contra uma cerca, me sentindo inexplicavelmente cansado. Línguas de fogo e sangue se esticavam sobre o fiorde preto azulado. Meus amigos continuaram andando enquanto eu fiquei para trás, tremendo de medo. Então, eu ouvi o infinito grito da natureza.”
*A figura serviu como inspiração para a série de filmes de terror ‘Pânico’.
O autor: Igor Arraes de Alencar é friburguense. Aficionado por Geografia e História, já rodou por mais de 50 países nos quatro cantos do mundo. Também amante de Português, Matemática, Química, Biologia, Física e Astronomia, escreve sobre fatos históricos e curiosidades da vida, unindo a Arte à Ciência, mesclando todas essas matérias que ama.