Estado do Rio de Janeiro arrecada R$ 2,2 bilhões no segundo leilão da Cedae
No último dia 29 de dezembro a empresa Águas do Brasil foi a vencedora do segundo leilão dos serviços de saneamento realizado na B3, em São Paulo. O lance vencedor foi de R$ 2.2 bilhões com ágio de 90% sobre a oferta mínima do edital. Outra participante do leilão, o Consórcio Aegea, proprietário da concessionária Águas do Rio, apresentou uma proposta no valor de R$ 1.572.569.897.
Esta é a segunda fase da concessão dos serviços antes prestados pela Cedae. Nesta etapa, o projeto prevê que a nova concessionária faça um investimento de R$ 4,7 bilhões para universalizar os serviços de saneamento nos 21 municípios que participam do bloco. São eles: Bom Jardim, Bom Jesus do Itabapoana, Carapebus, Carmo, Itaguaí, Itatiaia, Macuco, Natividade, Paracambi, Pinheiral, Piraí, Rio Claro, Rio das Ostras, Rio de Janeiro (Zona Oeste/AP-5), São Fidélis, São José de Ubá, Sapucaia, Seropédica, Sumidouro, Trajano de Moraes e Vassouras. Pela primeira vez em seus mais de 450 anos de história a capital será atendida por duas concessionárias da iniciativa privada. A Águas do Rio venceu dois blocos do primeiro leilão da Cedae e é responsável pela distribuição e tratamento de esgoto das zonas Norte, Sul e Centro do Rio.
Nesta etapa, cerca de 2,7 milhões de pessoas serão beneficiadas e também estão previstos R$ 13,6 bilhões de investimentos em operação e manutenção ao longo de 35 anos. A segunda fase também prevê a geração de 4,7 mil empregos diretos e indiretos e a ampliação da tarifa social – que hoje alcança 13 mil pessoas – para 136 mil pessoas. Além disso, serão investidos R$ 1,1 bilhão nos cinco primeiros anos, com o objetivo de reduzir a poluição no Rio Guandu e R$ 354 milhões em favelas não urbanizadas na AP5.
No total, somando com a primeira etapa realizada em abril, a concessão de saneamento vai contemplar 49 municípios, beneficiando cerca de 13 milhões de pessoas. Ao todo, serão investidos R$ 80 bilhões em operação e manutenção, além de R$ 32 bilhões de investimentos obrigatórios nos 35 anos de concessão. O projeto todo prevê investimentos de R$ 2,6 bilhões para a despoluição da Baía de Guanabara, R$ 2,9 bilhões para a despoluição da Bacia do Guandu e R$ 250 milhões para despoluição do Complexo Lagunar da Barra da Tijuca.
Com a concessão, a universalização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário nesses municípios é esperada em 11 anos. No ritmo anterior, seriam necessários, no mínimo, 140 anos.
No estado do Rio de Janeiro, mais de um milhão de pessoas ainda não têm acesso a abastecimento de água e mais de 60% do esgoto produzido em nosso território não é tratado. A concessão à iniciativa privada vai acelerar o desenvolvimento socioeconômico fluminense. O estado e municípios receberão mais de 50 bilhões de reais, entre outorga paga pelos consórcios vencedores dos leilões dos blocos e investimentos que deverão ser realizados.