A leitura está na moda?

Por Daisy Gouveia
A leitura é um hábito ou um acessório da moda?
De personagens de novela à clubes de leitura de marcas de roupas de luxo. Quando a ficção se rende a realidade e tem efeito como lista imprescindível de leitura. Quantas indicações pipocam na sua tela e trazem a sensação que não lemos tanto como imaginamos? A lista infinita pode trazer ansiedade e desconforto, uma sensação de falta. Cuidado! Lembre-se que a leitura de qualidade transcende a quantidade.
Um personagem icônico como Odete Roitman, em Vale Tudo, remake da Globo, aparece numa cena com um livro e a obra esgota imediatamente nas prateleiras. O que isso nos faz pensar?
Foi o caso de “O perigo de ser lúcida”, de Rosa Montero, escritora contemporânea espanhola, que nos visitou recentemente na FLIP.
Não é de agora que indicações e comentários em novelas trazem indicações de obras literárias. A Novela Bom Sucesso, também da Globo, trazia Antonio Fagundes, com um personagem onde era um editor de livros, que falava de muitas obras com sua neta e cuidadora.
Adaptações de livros para telas também aguçam a curiosidade de leitores e espectadores para literatura. Acontece do livro chamar a atenção para o filme, como o filme chamar atenção para o livro.
Não é novidade para ninguém que os clubes de leitura têm se multiplicado trazendo mais pessoas para o universo da leitura. Mas o que nos surpreende, de forma boa, são clubes de leitura nas marcas de luxo.
GUCCI, MIU MIU, CHANEL e DIOR organizam encontros presenciais e online para debater livros mensalmente.
Gucci, Book Club – une moda e literatura contemporânea através de autores convidados.
Miu Miu – Womens Tales Book Club – reune escritores , atrizes, celebridades, para discutir obras de autoria feminina,reforçando a expressão da mulher.
Chanel -Le CIrcle Privé-in the library – encontros intimistas onde atrizes trazem seus livros favoritos.
The Dior Book Tote Club – une a literatura ao comercial, trazendo uma sacola milionária como objeto de desejo.
É óbvio que existe interesse comercial, mas também o incentivo ao universo literário.
O que as marcas esperam?
– A leitura agregando um valor de sofisticação e profundidade em torno da marca;
– Desenvolver o hábito de leitura;
– Envolver o público com eventos exclusivos;
– Posicionar a marca como apoiadora de cultura;
O lado bom é a democratização da leitura. Não interessa onde e como iniciou o despertar pela literatura, mas como foi incorporada.
Um leitor que começa por vaidade ou estilo pode se tornar um leitor apaixonado! Toda maneira de incentivo a leitura vale a pena!!
*Daisy Gouveia é apresentadora, escritora, influenciadora digital e criadora do Clube de Leitura da Daisy. Com 66 anos, usa as redes sociais para incentivar as pessoas, principalmente as mulheres, a adotarem o hábito da leitura.
Com 35 anos de experiência na área da moda, escreveu o livro ‘Costurando Minha História’ onde conta sua trajetória e fala sobre sua reinvenção profissional, estimulando as pessoas que também querem mudar.