Atividade física atua no controle do câncer, revela estudo do Inca
Os gastos federais somente com o tratamento de três tipos de câncer entre os de maior incidência no Brasil (mama, intestino grosso e endométrio) poderiam ser reduzidos em até R$ 20 milhões, em 2040, a partir da ampliação da prática da atividade física entre a população.
O dado consta de estudo divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), durante o seminário “Atividade física no controle de câncer: recomendações e impactos econômicos no SUS”, dentro ainda das comemorações pelo Dia Mundial da Atividade Física, 6 de abril.
De acordo com o Inca, para que haja essa economia nos gastos com tratamento de câncer, um terço dos brasileiros deveria realizar, pelo menos, 150 minutos de exercícios físicos por semana, até 2030, em atividades moderadas.
Caso não ocorram políticas públicas e ações que estimulem a atividade física no lazer, o gasto total do Sistema Único de Saúde (SUS) com esses três tipos de câncer, que somaram R$ 1,4 bilhão, em 2018, podem alcançar R$ 2,5 bilhões, em 2030, e R$ 3,4 bilhões, em 2040.
As despesas levam em consideração procedimentos hospitalares e ambulatoriais realizados no SUS em pacientes oncológicos na faixa de 30 anos ou mais. Os cânceres de mama, intestino grosso e endométrio têm como fatores de risco a inatividade física e hábitos sedentários, como assistir televisão e usar celular ou computador em excesso.
O pesquisador Fabio Carvalho, da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca, disse que, em 2019, a prevalência da atividade física insuficiente no lazer caiu de 92% para 70% em homens e de 94% para 77% em mulheres. Apesar da redução, os valores da falta de atividade física entre os brasileiros ainda são elevados.
A economia resultante desse aumento da atividade física entre a população poderia ser reaproveitada tanto na questão hospitalar e ambulatorial, como em programas de atividade física. Carvalho sinalizou que essas ações valem para a prevenção de novos casos de câncer e também para quem está em tratamento ou já teve a doença.
O estudo apresentado pelo Inca ressaltou que, se a tendência de aumento de casos de câncer se mantiver, e a ausência da prática de atividades físicas entre os brasileiros persistir, a expectativa de gastos do Governo Federal com tratamentos oncológicos será de cerca de R$ 7,8 bilhões, em 2040, contra quase R$ 3,5 bilhões, em 2018.
A projeção é que o número de casos novos de câncer diagnosticados no Brasil, exceto câncer de pele não melanoma, sofra aumento de 66%, em 2040, em relação aos 450 mil casos registrados em 2019, com ampliação de 81% no número de óbitos, em comparação às 232 mil mortes por câncer observadas em 2021.
* Fonte: Agência Brasil