Bebê reborn: por que algumas mulheres se apegam a bonecos? Psicóloga explica

Os bebês reborns voltaram aos holofotes após a repercussão de vídeos da influenciadora Gracyanne Barbosa cuidando de um boneco como se fosse um bebê real. A cena dividiu opiniões e gerou dúvidas sobre o que pode motivar esse tipo de vínculo simbólico.
Segundo a psicóloga perinatal Rafaela Schiavo, fundadora do instituto MaterOnline, há casos em que o apego a bebês reborns está associado a questões emocionais, como a vivência de um luto, frustrações ligadas à maternidade ou um desejo de ser mãe que ainda não foi realizado. “Esse tipo de comportamento pode revelar afetos que precisam ser acolhidos e elaborados com acompanhamento psicológico”, afirma.
Apesar disso, a psicóloga destaca que o vínculo com bebês reborns não substitui a experiência com um bebê real e que, quando esse apego se intensifica, pode indicar sofrimento emocional. “Não é sobre fantasia ou brincadeira. É uma tentativa simbólica de suprir algo que está faltando emocionalmente”, explica.
Como lidar com esse tipo de apego simbólico?
1) Procure acolhimento psicológico
O acompanhamento com um psicólogo perinatal pode ajudar a compreender os sentimentos envolvidos e a transformar o desejo de maternar em caminhos concretos.
2) Evite julgamentos apressados
A exposição pública desse vínculo pode gerar comentários negativos. Para quem já está emocionalmente fragilizada, isso pode intensificar o sofrimento.
3) Transforme o desejo em plano de ação
Se o desejo de ser mãe está presente, a psicoterapia pode auxiliar no planejamento de uma gestação, no caminho para a adoção ou em outras formas de maternar.
4) Respeite seus sentimentos
Não existe certo ou errado em sentir. O importante é reconhecer o que está por trás desse vínculo e buscar apoio para dar um novo significado à dor.
Quem é Rafaela Schiavo?
Profª-Dra. Rafaela de Almeida Schiavo é psicóloga perinatal e fundadora do Instituto MaterOnline. Desde sua formação inicial, dedica-se à saúde mental materna, sendo autora de centenas de trabalhos científicos com o objetivo de reduzir as elevadas taxas de alterações emocionais maternas no Brasil.
Possui graduação em Licenciatura Plena em Psicologia e em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Além disso, concluiu seu mestrado em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem e doutorado em Saúde Coletiva pela mesma instituição. Realizou seu pós-doutorado na UNESP/Bauru, integrando o Programa de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Desenvolvimento Humano, atuando principalmente nos seguintes temas: Desenvolvimento pré-natal e na primeira infância; Psicologia Perinatal e da Parentalidade.