A proposta tem o objetivo de estimular no jovem leitor o prazer de ler, através da disponibilização de livros com descontos e vantagens permanentes, como poder ganhar livros, depois de preencher a carteirinha. O sócio do Clube de Leitura Cascudo receberá uma carteirinha, onde serão marcadas pontuações nas compras de livros e, a cada 20 pontos, resultará na cortesia de livros.

O contador de história Laerte Vargas, responsável pela Tangolomango, revive a iniciativa do Clube do Livro, uma homenagem a Giovanni Cassano, da saudosa livraria Giovanni Livros, que marcou a juventude de muitos friburguenses. O objetivo é seguir o legado de Giovanni e contribuir para a formação de novos leitores. “Assim como Giovanni fez comigo e com a minha geração, nosso intuito é plantar a semente do amor pela leitura nas novas gerações”, salienta Laerte Vargas.

Com o Clube de Leitura Cascudo, a Tangolomango Sala de Leitura e Livraria cumpre seu compromisso de ser um polo irradiador da cultura e do fomento à leitura.

Os interessados devem fazer o cadastro na Tangolomango para receber suas carteirinhas. A Sala de Leitura e Livraria Tangolomango fica na Praça Getúlio Vargas, 105/ loja 13 – Galeria União – Centro.

Quem foi Luís da Câmara Cascudo?

Autor de obras ímpares como o Dicionário do Folclore Brasileiro (1954) ou a História da Alimentação no Brasil (1967/1968), Luís da Câmara Cascudo nasceu e viveu na capital potiguar. Tentou fazer medicina, formou-se em direito, financiou-se a maior parte da vida como professor.

Mas foi na documentação e no apreço pelas pessoas, hábitos e culturas brasileiras onde Cascudo debruçou sua infindável memória e prolífica capacidade de escrita.

Entre as 200 publicações e mais de 8 mil páginas escritas por Cascudo, o Dicionário do Folclore Brasileiro é provavelmente a maior expressão de sua maestria investigativa. O calhamaço contém milhares de verbetes sobre alimentação, religião, animais mitológicos, objetos e crenças do feitio popular.

Não é de se espantar que o cuidado de Câmara Cascudo com a cultura brasileira tenha chamado a atenção de pares que também por ela se interessavam. Muitas amizades foram travadas, engrossando o caldo de olhares para a cultura popular. Carlos Drummond de Andrade, Rachel de Queiróz, Dina Dreyfus, Lévi-Strauss e tantos outros figuraram entre os que foram aprender com ele.

Sua pesquisa foi especialmente sensível para o escritor Mário de Andrade. O “turista aprendiz” travou intensa amizade e correspondência com Cascudo, indo até o Nordeste após ler um texto sobre lobisomens. Cascudo compartilhou com Mário saberes que influenciaram diretamente a criação da obra “Macunaíma” (1928).

O legado dos escritos e pesquisas de Luís Câmara Cascudo é mostrar que não se deve piscar os olhos: a cultura está em todos lugares, brota na diversidade e precisa ser estudada acadêmica mas também afetuosamente.

Fonte:  Cecília Garcia, do Portal Aprendiz