Durante o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril, instituições de ensino e prédios públicos costumam adotar o azul em sinal de apoio à causa, reforçando o papel social da educação na construção de uma cultura de respeito.

As cores associadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) ganharam força como ferramentas de conscientização, educação e representação da pluralidade de vivências dentro do espectro. Utilizadas em campanhas como o “Light It Up Blue” e amplamente disseminadas em escolas, redes sociais e eventos públicos, os tons ajudam a comunicar a complexidade do autismo de forma acessível e simbólica.

O símbolo mais reconhecido é o quebra-cabeça multicolorido, que remonta à década de 1960. Atualmente, seu uso continua a destacar a diversidade de identidades e experiências no autismo, reforçando a importância do acolhimento, da empatia e da inclusão social. “Cada cor carrega um significado emocional e educativo que contribui para a construção de ambientes mais receptivos e conscientes”, afirma a neuropedagoga Mara Duarte da Costa, diretora da Rhema Neuroeducação.

Cada cor, um significado

As cores do autismo têm papel fundamental na conscientização e na representação da diversidade dentro do espectro. Embora a experiência autista seja única para cada indivíduo, os significados atribuídos às cores ajudam a promover compreensão e empatia:

Azul: Representa tranquilidade, segurança e apoio. É amplamente utilizado em campanhas como o “Light It Up Blue”, promovido pela Autism Speaks.

Amarelo: Simboliza otimismo, energia e a esperança de um futuro mais inclusivo.

Vermelho: Está ligado à força e ao amor das famílias, além de representar a luta contra o preconceito.

Verde: Está associado ao crescimento pessoal, à calma e ao desenvolvimento contínuo.

Lilás: Celebra a criatividade, a inteligência e os talentos únicos de pessoas autistas.

Dourado: Representa luz, esperança e as altas habilidades de algumas pessoas com TEA.

Multicolorido: Reflete a diversidade do espectro e a necessidade de inclusão de todas as formas de ser.

Símbolos visuais ampliam o diálogo

Além das cores, símbolos como o quebra-cabeça e o infinito em arco-íris ampliam a compreensão do público. “Isso traz uma abordagem mais moderna ao comunicar a ideia de que há infinitas formas de existir no espectro”, explica Mara. Essas representações facilitam o diálogo sobre a neurodiversidade, especialmente em contextos educacionais e institucionais.

No ambiente escolar, o uso das cores associadas ao autismo tem valor pedagógico. Segundo  a especialista, é possível incorporá-las em materiais didáticos, atividades lúdicas e ações de conscientização, contribuindo para a formação de crianças mais empáticas. “As cores tornam o aprendizado mais visual e acessível. Além disso, ajudam a normalizar o diálogo sobre as diferenças”, observa.

Durante o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril, instituições de ensino e prédios públicos costumam adotar a cor azul em sinal de apoio à causa, reforçando o papel social da educação na construção de uma cultura de respeito.

Cores e bem-estar sensorial

Estudos e relatos clínicos sugerem que as cores também influenciam emocionalmente pessoas com TEA. Tons suaves, como azul e verde, são geralmente considerados mais reconfortantes. Já tons mais vibrantes, como vermelho, podem ser estimulantes para alguns, mas desconfortáveis para outros com hipersensibilidade sensorial.

“A compreensão do impacto das cores no bem-estar sensorial é essencial para o planejamento de espaços e seleção de materiais pedagógicos adequados”, diz . “Ambientes visualmente acolhedores promovem segurança emocional e conforto.”

Inclusão que se constrói com informação

Para a diretora da Rhema Neuroeducação, as cores e símbolos do autismo não são apenas representações visuais — são ferramentas de transformação social. “Promover visibilidade, abrir diálogo e criar ambientes mais conscientes é uma forma concreta de fortalecer a inclusão”, conclui.