Por Fábio Steren

A tomada de decisões é um aspecto fundamental e rotineiro em nossas vidas e buscar o equilíbrio entre a racionalidade e emoção é algo fundamental no mundo corporativo.

Empresários, executivos, gerentes e colaboradores de todos os níveis são constantemente confrontados com escolhas que moldam os rumos em suas organizações e carreiras.

Um questionamento com o qual frequentemente nos deparamos é se o ser humano pode tomar decisões apenas de forma racional. Neste artigo, pretendemos explorar o tema, que é crítico no cenário empresarial, examinando o equilíbrio entre a racionalidade e a emoção nas decisões.

O mito da tomada de decisão 100% racional no mundo corporativo, a cultura da eficiência, análise de dados e objetividade, muitas vezes promove a ideia de que as decisões devem ser puramente racionais e baseadas em fatos e dados. No entanto, essa abordagem tem suas limitações, uma vez que se ignora o fato de que os seres humanos são, por natureza, emocionais.

As emoções desempenham um papel essencial em todas as decisões, mesmo aquelas que parecem ser exclusivamente racionais e que por vezes, afetam a nossa percepção, motivação e o julgamento de uma pessoa.

O economista Herbert Simon modificou o conceito de “racionalidade limitada”, argumentando que, devido à sobrecarga de informações, tempo limitado e capacidade cognitiva finita, os seres humanos não podem tomar decisões completamente racionais em todas as situações. Isso significa que, em muitos casos, as decisões são simplificadas e carregam a influência das emoções.

O desafio não é eliminar as emoções das decisões, mas encontrar um equilíbrio entre a razão e a emoção.

As emoções positivas, como a paixão e a alegria, continuamente impulsionam a inovação, a criatividade e o comprometimento. Empreendedores apaixonados são os motores por trás de startups e empresas bem-sucedidas e têm mais probabilidade de alcançar metas ambiciosas, afinal, em muitos casos as empresas crescem por serem tomadas decisões com base na emoção.

Emoções negativas, como o medo e a ansiedade, podem levar a decisões precipitadas ou conservadoras, visto que, um líder consciente da importância do equilíbrio emocional pode trabalhar para manter a calma e tomar decisões ponderadas, mesmo em momentos de crise.

Diante destes fatos, o autoconhecimento pode ser a chave para se tomar boas decisões, já que os profissionais devem estar conscientes sobre sua forma de pensar e agir e como elas afetam as suas escolhas. Isso requer um processo de autorreflexão e conscientização emocional, investimento de tempo e recursos nesta jornada do descobrimento.

Se quisermos tomar melhores decisões, talvez tenhamos que aceitar o fato de que o emocional estará sim presente, logo, cada vez faz mais sentido buscar compreender quem somos e como reagimos diante de cada situação. Investir neste aprofundamento certamente reverterá em crescimento não só pessoal, mas também profissional.

*Fabio Steren é  Sócio fundador da Hanagá,  Consultoria Boutique de Recrutamento e Seleção.

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