Educação executiva: conheça o novo papel dos líderes formadores nas organizações exponenciais

O conceito de educação executiva vive um ponto de inflexão. O modelo tradicional de cursos longos e descolados da rotina corporativa perde força à medida que empresas enfrentam contextos mais ágeis, digitais e imprevisíveis. Em vez de líderes que apenas delegam, o mercado começa a demandar líderes-formadores, capazes de alinhar estratégia e execução, ensinar enquanto entregam e transformar equipes em organismos de aprendizagem contínua. Essa tendência acompanha uma mudança global: segundo o relatório Trends Shaping Education 2025 da OECD, os programas de capacitação executiva precisam integrar tecnologia, dados e governança à formação de lideranças para sustentar o desempenho em ambientes complexos.
Para Alexandre Abdalla, CEO da PPM Education e estrategista em agilidade e governança, o futuro da educação executiva passa por unir método e propósito, ele enxerga que o aprendizado precisa deixar o auditório e entrar no fluxo real de trabalho. “O líder-formador é aquele que transforma complexidade em clareza e estratégia em resultado. Ele não apenas ensina, mas cria pontes entre direção e operação”, explica o executivo.
O foco agora é transformar a educação executiva em uma prática viva de gestão. No lugar de programas genéricos, surgem trilhas sob medida, com micro-aprendizagem, mentorias e projetos aplicados. “As empresas não falham por falta de esforço, mas por falta de conexão entre estratégia e execução”, afirma Alexandre. “Quando o líder aprende a construir essa ponte, tudo muda: a cultura ganha ritmo, os times ganham autonomia e os resultados aparecem.”
Esse modelo se fortalece em um contexto em que IA Generativa, dados e agilidade deixam de ser especialidades isoladas para se tornarem competências-base de gestão. Segundo relatório da Future Market Insights, o mercado global de programas executivos alcançará US$ 27 bilhões até 2035, impulsionado pela demanda por liderança digital e aprendizado aplicado. A tendência reforça que a formação de executivos precisa ser mensurável e ligada diretamente a indicadores de valor, como velocidade de entrega, redução de retrabalho e satisfação do cliente.
Para o estrategista, a educação executiva deve espelhar o que prega: ciclos de aprendizado curtos, hipóteses testadas e métricas de impacto. “Programas de liderança sem indicadores de valor são como sprints sem retrospectiva: movimentam, mas não evoluem”, conclui Alexandre Abdalla.
Na visão dele, formar líderes para o futuro significa prepará-los para agir como multiplicadores de conhecimento, alinhando inteligência humana e tecnologia de forma equilibrada.






