Nova Friburgo e suas misses escreveram histórias
As Rainhas dos Festejos de Maio transformavam-se nas nossas representantes em certames de beleza. Nem todas aceitavam. Algumas preferiam ficar por aqui, convidadas para recepções e festas durante o ano. Elas possuíam fã-clube, tiravam retratos com autoridades e políticos em visitas oficiais. E, apesar de não trazerem o cetro e a coroa, ficavam guardadas na memória afetiva da cidade.
Nova Friburgo, desde 1958, quando Eunice Pamplona Xavier de Brito conquistou o Miss Estado do Rio, se destacou entre as cinco finalistas nos concursos estaduais de beleza. Outras, sagraram-se representantes do Estado do Rio.
À época da bela e irretocável Eunice, o Estado do Rio digladiava com o Estado da Guanabara, então Distrito Federal, e nossa representante disputou o Miss Brasil com ninguém menos que Adalgisa Colombo, já modelo estrelada da Casa Canadá e que ficou em segundo lugar no Miss Universo daquele ano.
Em 1975-Maria das Graças Teixeira; 1976- Mármara Lyz Marques; 1977- Elizabeth Aldridge Cardozo (Miss Estado do Rio); 1978 – Luciene Marchon de Oliveira; 1979 – Rosana Ruas de Lucena; 1980- Regina Lúcia Xavier de Brito Lobo; 1981 – Cláudia Lamblet Canela; 1982 – Nazareth da Silva Branco; 1983 – Cristiane Barbosa; e Lucimar Ubacker, Caroline Klein, Fabiana Terni, até que em 2000, Kety Demberg Gripp conquistou o título estadual mais uma vez, ficando em quarto lugar no Miss Brasil; em 2001 a beleza negra de Ive de Souza fez bonito e em 2003, Fernanda Louback trouxe a faixa e a coroa do Miss Estado do Rio para Nova Friburgo.
Desde 1975 o concurso era coordenado pelo estilista Francis. Acontecia inicialmente no salão da Recreativa Filó, palco de muitos desfiles de moda. Depois, tranferiu-se para a SEF- Sociedade Esportiva Friburguense.
Anos mais tarde Guiherme Coutinho assumiu a realização do evento.
Soube que dias atrás aconteceu o concurso Miss Friburgo. A eleita para representar Nova Friburgo no concurso estadual em 2020 é Ketyla Silva Overney.
Os concursos de beleza não encantam como naqueles tempos de maiôs Catalina e maquiagens de Helena Rubstein. Mas sua fórmula competitiva é produto que ainda arrasta admiradores.
Para o colunista, aquela sociedade inserida em uma ditadura da imagem, gerida pela indústria cultural e de moda, que criou um padrão midiático de beleza, muitas vezes inalcançável, vem sendo desconstruída a favor da liberdade de ser quem se é. E em primeiro lugar está a felicidade. Que cada um encontre a sua no que gosta de fazer e assistir. Afinal, gente feliz não faz mal a ninguém!
Em tempo: O Miss Universo 2019 será a 68ª edição do certame, acontecerá em 8 de dezembro, nos recém inaugurados Estúdios Tyler Perry, localizados na região sul de Atlanta, capital do estado americano da Geórgia – EUA, com transmissão da Band e do Portal da emissora.
O Brasil será representado pela mineira Júlia Horta, de 25 anos, que foi coroada Miss Brasil em março deste ano. Ela disputará com outras 94 meninas a coroa que hoje pertence à filipina Catriona Gray.
Nova Friburgo, através do trabalho incansável do saudoso Francis, escreveu seu nome na história dos concursos de beleza. Suas misses seguiram carreiras científicas, educacionais, empresariais e construíram trajetórias distantes das passarelas. Mas ninguém jamais esquecerá o quanto esses concursos eram ansiados anualmente, lotando os salões da Sociedade Esportiva Friburguense.