Onde houver Ódio, que eu leve o Amor
Por Igor Arraes
Em 3 de outubro de 1226, morria Giovanni di Pietro di Bernardone
Bernardone era o seu avô; Pietro, o seu pai.
Giovanni (em italiano) é ‘João’. Esse nome lhe foi dado em homenagem a São João Batista.
Mas, por ter passado um tempo na França, Giovanni começou a ser chamado de Francisco (que significa: aquele que vem da França).
Como ele nasceu na cidade de Assis (na Itália), e por ter sido canonizado, Giovanni é mais conhecido como São Francisco de Assis.
Sua história deveria ser uma fonte de inspiração para todos nós, independente da religião (mesmo para ateus, como eu)
Ela se parece um pouco com a história de Buda que, 1760 anos antes, abdicou da família e da riqueza, começando a viver uma vida simples, praticando o desapego.
Mas, enquanto Siddhārtha Gautama o fez com um propósito pessoal (para atingir a sua própria iluminação), Giovanni di Pietro di Bernardone o fez com um propósito altruísta muito maior: ajudar o próximo.
Conta-se que, após ele ter doado uma parte do dinheiro da sua família aos pobres, seu pai não gostou. Giovanni, então, se despiu de todas as suas roupas belas roupas, as colocou aos pés do pai, renunciou à sua herança e partiu, nu, para iniciar, junto ao povo, uma vida de pobreza da qual jamais retornaria.
Apesar de não ter sido escrita por São Francisco (nem inspirada nele), sua oração é linda:
Onde houver Ódio, que eu leve o Amor,
Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão.
Onde houver Discórdia, que eu leve a União.
Onde houver Erro, que eu leve a Verdade.
Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança.
Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria.
Onde houver Trevas, que eu leve a Luz!
Ó! Fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando, que se recebe.
É perdoando, que se é perdoado
Mas é de sua autoria a oração na qual deveríamos nos basear todos os dias:
“Senhor, dai-me
FORÇA para mudar o que pode ser mudado.
RESIGNAÇÃO para aceitar o que não pode ser mudado.
SABEDORIA para distinguir o que pode e o que não poder ser mudado.”
*O Papa Francisco se inspirou nele para escolher seu nome papal.
*Ele só foi sepultado no dia seguinte 4 de Outubro. Por isso, a Igreja comemora nesta data.
O autor: Igor Arraes de Alencar é friburguense. Aficionado por Geografia e História, já rodou por mais de 50 países nos quatro cantos do mundo. Também amante de Português, Matemática, Química, Biologia, Física e Astronomia, escreve sobre fatos históricos e curiosidades da vida, unindo a Arte à Ciência, mesclando todas essas matérias que ama.