Sucesso de público e crítica, “Quem tem medo de Olga del Volga” faz curta temporada no Teatro Café Pequeno, no Leblon
Sucesso de público e crítica, “Quem tem medo de Olga del Volga?” faz curtíssima temporada no Teatro Café Pequeno, no Leblon, de 05 a 14 de abril, sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Estrelada por Gustavo Klein, a comédia revisita a obra de Patrício Bisso, multiartista argentino que rompeu barreiras, enfrentou a censura e se consagrou nacionalmente com a personagem “Olga del Volga” na TV e no cinema.
A dramaturgia entrelaça as jornadas de Patrício, Olga e Gustavo. Na peça, Gustavo recebe a ligação de um produtor de elenco, que o convida para o filme sobre Hebe Camargo, “Hebe – A Estrela do Brasil”, para representar Olga del Volga, sexóloga e conselheira sentimental russa, ferina nos comentários, sempre presente no sofá da apresentadora a partir da década de 1980, criação de Bisso, ator, figurinista de teatro e cinema (“O Beijo da Mulher Aranha”), ilustrador e colunista. Ao aceitar a oportunidade, o ator sente o peso do papel e sua preparação é retratada no palco, mostrando as dúvidas, anseios, insegurança, medo, ansiedade e nervosismo.
Com humor ácido e números musicais, “Quem tem medo de Olga del Volga” mostra a riqueza do universo criativo LGBTQIAPN+, valorizando o artista performático Patrício Bisso, e discute a homofobia noticiada e aquela que é feita à boca miúda.
A peça tem roteiro escrito pelo jornalista Tony Goes (1960-2024), colega de Patrício na Folha de S. Paulo e que faleceu em fevereiro, após a temporada de estreia da peça, a primeira da sua carreira. A direção está nas mãos do premiado ator e diretor Gilberto Gawronski, que trabalhou como assistente de direção da montagem do musical Theatro Musical Brazileiro, onde Patrício Bisso era o figurinista. Com larga experiência em teatro, Gustavo Klein atuou nos musicais “Rapsódia, “Os Produtores”, “Avenida Q” e “A Gaiola das Loucas”. Na TV, fez o seriado “Pé na Cova” e a novela “Sangue bom”, ambos na Rede Globo, além do filme e do seriado “Hebe – A Estrela do Brasil”. Wladmir Pinheiro assina a direção musical e está em cena como ator e pianista, acompanhando os números musicais divertidos e cheios de duplo sentido, como “Meus Russos”, “Louca pelo Saxofone”, “Picasso”, “Pare, Repare, Espere, Desespere”.
Os figurinos cenográficos são a marca de Bisso. O palco e suas personagens inesquecíveis foram tema de suas performances nos palcos paulistas nos anos 80/90. Em “Louca pelo Saxofone”, mulheres surgiam encarnadas por ele em cena. O humor era um interessante contraponto com a seriedade para com seus figurinos, sempre elaborados nos mínimos detalhes. O seu forte era a reconstituição de peças inspiradas nos clássicos hollywoodianos. Para encarar o desafio desta homenagem, com figurino único e criativo, o também multiartista Cláudio Tovar foi convidado para estar à frente das roupas.
Com patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, através do edital FOCA 2022, a peça fez sua estreia no lendário clube LGBTQIAPN+ Turma Ok, na Lapa, com 8 apresentações entre janeiro e fevereiro, com enorme sucesso e lotação máxima.
Rompeu barreiras em rede nacional
Nascido em Buenos Aires em janeiro de 1957, o argentino radicado no Brasil atuava simultaneamente em espetáculos underground e em veículos de comunicação de massa. No cinema, seu papel de maior destaque foi a “Juanita” do filme “Dias Melhores Virão”. Como Olga, integrou o prestigiado sofá da Dama da Televisão comunicando semanalmente à família brasileira. O sucesso foi tão grande que levou a personagem ao cinema e à teledramaturgia, fazendo a novela “Um Sonho a Mais” (1985), na TV Globo. Patrício lutou contra o preconceito, venceu em uma terra longe do seu país de origem, teve que enfrentar a homofobia no meio em que trabalhava. A sua prisão por um incidente em 1994 o tirou dos holofotes e o fez retornar à Argentina, para nunca mais voltar ao Brasil. Faleceu em 13 de outubro de 2019 vítima de um infarto fulminante.
– Patrício era muito mais do que Olga. Era um ilustrador de primeira linha, um figurinista que poderia ter feito carreira em Hollywood e uma personalidade única no palco. Apesar de sempre venenoso quando estava em cena, na vida real Patrício era tímido. Foi um desafio escrever meu primeiro texto para o teatro, e justamente um monólogo. Levei um ano para concluir o texto, conversando com Marcelo Aouila (diretor de produção da peça) e Gustavo, fazendo pesquisas na internet e conversando com quem conheceu Patrício Bisso melhor do que eu – revelou Tony Goes.
Serviço:
Espetáculo: “Quem tem medo de Olga del Volga”
Dias e horários: de 05 a 14 de abril, sextas e sábados, às 20h, domingo, às 19h
Local: Teatro Municipal Café Pequeno – Av. Ataulfo de Paiva, 269 – Leblon, Rio de Janeiro – RJ
Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada), vendas no local e pelo site https://riocultura.eleventickets.com/#!/apresentacao/19818bbc6922ece839395935de609f5cc5742f4a
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Rede social: https://www.instagram.com/medodaolga/