Imagem: Universo Retrô

Presente no guarda-roupa da maioria das mulheres, o sutiã é alvo de inúmeras dúvidas: ele previne flacidez? Pode causar dor ou prejudicar a circulação? Existe relação com o câncer de mama? Para esclarecer esses pontos, um especialista em saúde da mama reúne evidências científicas e orientações práticas.

De acordo com o médico da família e professor do curso de Medicina da Faculdade Santa Marcelina, Dr. Martim Elviro, não há comprovação científica de que o sutiã tenha influência direta na saúde mamária ou na prevenção de doenças. “O principal papel da peça é proporcionar sustentação e conforto, especialmente para quem tem mamas volumosas, que podem causar dores nas costas, ombros e pescoço quando não recebem o suporte adequado”, explica.

Uso diário: aliado ou vilão?

O médico esclarece que usar sutiã todos os dias não traz prejuízos à saúde quando a peça é do tamanho correto. “O problema surge quando o modelo é apertado demais, gerando dor, marcas na pele e irritações. Mas, ao contrário do que se acredita, o sutiã não evita nem causa flacidez: esse processo está ligado a fatores como genética, idade, oscilações de peso, gravidez e amamentação”, afirma.

Câncer de mama: mito derrubado

Um dos boatos mais difundidos é a relação entre o sutiã e o câncer de mama. O especialista é enfático: “Não há nenhum estudo científico que comprove essa associação. Trata-se de um mito sem fundamento médico”.

O impacto dos diferentes modelos

Embora não exista um tipo de sutiã capaz de prevenir doenças, a escolha pode influenciar no conforto:

O esportivo é essencial durante exercícios, pois reduz o impacto e evita dor.

Modelos com aro ou push-up, quando muito justos, podem gerar incômodos, mas não trazem riscos maiores.

Peças sem bojo e mais leves são ideais para o dia a dia, sobretudo para quem busca liberdade.

Quando o uso é indispensável

O sutiã é especialmente recomendado em situações específicas, como:

No pós-operatório de cirurgias mamárias, onde modelos especiais auxiliam na cicatrização.

Na prática de esportes, oferecendo suporte adequado.

Durante a gravidez e amamentação, com modelos adaptados que facilitam o aleitamento.

Em mulheres com mamas volumosas, para reduzir sobrecarga e dores posturais.

Mais do que um mito ou obrigação, o sutiã deve ser entendido como um recurso de bem-estar, para o Dr. Martim Elviro, o importante é como cada mulher se sente confortável e segura. “O que importa realmente é que a mulher se sinta confortável e segura. O sutiã pode ser um aliado importante em determinados contextos, mas nunca um vilão da saúde”, conclui o especialista.