67% dos jovens brasileiros de 15 a 29 anos afirmam gostar de ler, mas leem apenas dois livros em média por ano
O Relatório Jovens na Ibero-América 2021, produzido pelo Observatório da Juventude na Ibero-América e promovido pela Fundação SM aponta que 67% dos jovens brasileiros de 15 a 29 anos afirmam gostar de ler, mas leem apenas dois livros em média por ano – patamar inferior quando comparado com Espanha, Chile, Argentina, Colômbia e República Dominicana.
Esses resultados são fruto de estudo que analisa e compara as percepções de mais de 13,5 mil jovens de nove países ibero-americanos: México, Peru, República Dominicana, Chile, Brasil, Argentina, Equador, Colômbia e Espanha. O relatório também aborda outros temas relevantes para as juventudes, como participação sociopolítica, valores, perspectivas de futuro sobre estudo e trabalho, atividades de cultura e lazer, igualdade de gênero e principais medos.
Estimular a leitura é tarefa fundamental, principalmente em um país no qual os dados não são favoráveis aos livros. Para se ter uma ideia, segundo o último levantamento feito pela Retratos da Leitura no Brasil, o brasileiro não chega a ler cinco livros por ano. Em nações como França e Suécia, este número quase triplica. “É importante que a família possibilite, às crianças, o acesso a livros que sejam interessantes para ela. Ter momentos de leitura em conjunto, frequentar bibliotecas ou livrarias, também servem como incentivo”, diz a pedagoga e diretora geral da Escola Lumiar, Graziela Lopes.
“O contato com livros ou alguém contar uma história e mostrar que vem de um livro, faz a diferença no interesse. Também é preciso deixar a criança ler do jeito dela, interpretando as figuras, tendo contato com as letras. Assim ela percebe que esses símbolos que estão no papel representam algo e vai entendendo e aumentando a possibilidade de criar hipóteses de escrita desenvolvendo habilidades fundamentais para a alfabetização e letramento”.
A escola também tem papel primordial nessa trajetória. Incentivá-los no ambiente escolar pode ajudar a transformar o Brasil em um país com mais leitores. Além de trabalhos em sala de aula, apresentá-los a um universo de obras literárias em uma biblioteca pode abrir portas para reforçar o novo hábito. Mas esse ambiente precisa ser pensado para atrair a atenção e ser convidativo.
Dicas para criar o hábito da leitura
>Apresente o mundo da leitura para seu filho. Conte uma história e mostre de onde ela vem. Mostre as figuras, deixe que ele manuseie as páginas e até conte a história do jeito dele.
>Deixe a criança ler do jeitinho dela, interpretando as figuras, tendo contato com as letras e descubra que esses símbolos que estão no papel representam algo. Assim, vão aumentando a possibilidade de criar hipóteses de escritas para depois serem alfabetizadas.
>Crie um momento de leitura em família. Ver que os pais e irmãos se divertem em meio a livros vai criar mais estímulos. Afinal, os pequenos também aprendem pelo exemplo.
>Respeite o momento da criança. Quando ela está começando a fase da alfabetização, ainda tem dificuldade de ler num ritmo rápido. Então, nada de críticas. Ao contrário, estimule ela a seguir no próprio ritmo e valorize cada conquista.
>Apresente uma variedade de materiais para ler e que trazem informações interessantes, revista, jornal, placa na rua, avisos. Assim ela embarca no mundo da leitura e percebe a importância das palavras escritas de uma forma diferenciadas Isso gera engajamento e estimula positivamente a alfabetização.
Fonte: Graziela Lopes, pedagoga e diretora-geral da Escola Lumiar
Sobre a Lumiar
Fundada em 2003, a escola Lumiar surgiu como uma iniciativa de educadores de vanguarda para transformar a educação. Através de uma metodologia que prioriza a autonomia e a individualidade de cada estudante, o aprendizado se fundamenta em seis pilares: tutores e mestres; currículo em Mosaico; aprendizagem ativa; avaliação integrada; possibilidade de multietariedade e gestão participativa.