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A gravidez transforma o corpo da mulher, e o pós-parto pode ser uma das fases mais difíceis, tanto física quanto emocionalmente. A influenciadora Viih Tube, mãe de dois filhos em um intervalo de apenas dois anos, compartilhou nas redes sociais o processo de voltar a vestir tamanho PP depois de perder mais de 15 quilos e passar por uma série de desgastes emocionais.

Para a médica clínica e nutróloga Fernanda Vasconcelos, do Instituto Qualitté, o pós-parto não deve ser encarado como uma corrida estética, mas como uma fase que exige compreensão, suporte e tempo de adaptação.

“A Viih Tube mostrou com muita honestidade o cansaço, a flacidez, o inchaço e a dificuldade de se reconhecer no espelho. Isso é real para muitas mulheres. Ela passou por uma gangorra hormonal, física e emocional em um curto período, e teve coragem de dividir esse processo”, analisa a médica.

Quais mudanças o corpo enfrenta no pós-parto?

Segundo a especialista, a mulher passa por alterações profundas, que envolvem:

Oscilação de hormônios como estrogênio, progesterona e prolactina

Acúmulo de gordura, retenção de líquidos e inchaço

Flacidez abdominal, principalmente em casos de diástase

Exaustão física e emocional por conta da privação de sono

Dificuldade de voltar à rotina de autocuidado e atividade física

Essas mudanças podem afetar diretamente a autoestima. “Algumas mulheres se sentem feias, se comparam com outras e se anulam completamente. Isso fragiliza o emocional e contribui até para quadros de depressão pós-parto”, diz.

Emagrecer depois da gravidez é só estética?

Não. A Dra. Fernanda é enfática ao dizer que o emagrecimento saudável no pós-parto é uma questão de saúde e bem-estar, não apenas de vaidade.

“É sobre saúde física, mental e autoestima. Muitas mulheres só procuram ajuda quando já estão em extremo sofrimento e até desgastes conjugais, mas o cuidado pode, e deve, começar antes disso. Emagrecer com segurança é uma decisão que impacta o humor, o relacionamento e a disposição para cuidar dos filhos”.

Por que o processo de cada mulher é diferente?

A médica lembra que não existe fórmula única. “É diferente ver o caso da Viih e da Virgínia, por exemplo. Genética, metabolismo, prioridades e apoio fazem toda a diferença”, destaca.

Entre os principais fatores que interferem na recuperação estão:

Histórico metabólico da mulher

Qualidade do sono e nível de estresse

Tipo de parto e número de gestações

Presença de apoio familiar e rede de suporte

Condições como diástase, hérnias, distúrbios hormonais

O que pode ajudar nesse processo?

A orientação da médica é buscar um cuidado multidisciplinar, com foco em saúde e qualidade de vida. Entre os pilares estão:

Avaliação médica e metabólica personalizada

Dieta equilibrada com ajustes específicos para o pós-parto

Modulação intestinal para regular inflamação e hormônios

Exercícios adaptados à fase de recuperação

Apoio psicológico, especialmente nos casos de depressão ou ansiedade

“Não se trata de ‘voltar ao corpo de antes’, e sim de recuperar o bem-estar físico e emocional, no tempo e no ritmo de cada mulher”, finaliza Dra. Fernanda.