Autocuidado na terceira idade aumenta vitalidade e qualidade de vida
Por Dra. Gisane Cavalcanti
À medida que envelhecemos, a importância de manter uma rotina de autocuidado se torna ainda maior devido às modificações do organismo próprias do envelhecimento e ao aumento da frequência de doenças nesse período da vida. No entanto, não se limita apenas a cuidar da saúde física. É preciso ter um olhar cuidadoso sobre a saúde mental e emocional, que são aspectos essenciais para uma longevidade saudável e com qualidade. Para a terceira idade, o autocuidado é uma ferramenta poderosa que ajuda a manter a independência, vitalidade e a qualidade de vida.
Manter uma rotina regular de exercícios físicos é vital. Atividades como caminhadas, hidroginástica, pilates e/ou musculação são válidas e podem ser adaptáveis a diferentes níveis de condição física e podem ajudar a manter a mobilidade, a força muscular e a saúde cardiovascular de pessoas com mais de 60 anos. Além disso, cuidar da alimentação, optando por uma dieta rica em frutas, vegetais, proteínas magras e grãos integrais e com baixa ingestão de sal e açúcar, pode prevenir problemas de saúde como diabetes e doenças cardiovasculares.
O autocuidado também inclui cuidar dos pensamentos e do raciocínio. Atividades que envolvem aprender algo novo podem ajudar a manter a mente ativa e auxiliar na formação de novas conexões cerebrais, reduzindo o risco de doenças como a demência da doença de Alzheimer. Além disso, manter uma vida social ativa, conversar regularmente com amigos e familiares, participar de grupos de atividades ou eventos comunitários, pode combater a solidão e a depressão, bem como evitar a sensação de inutilidade, problemas frequentes na velhice.
O pertencimento e a fé são elementos cruciais que ajudam a fortalecer a autoestima e a resiliência. Manter-se conectado com a comunidade e cultivar relacionamentos significativos contribui para um senso de pertencimento. Paralelamente, a fé oferece um alicerce espiritual que pode proporcionar conforto, esperança e um propósito maior, guiando o indivíduo em momentos de desafio e celebrando os momentos de alegria.
Por fim, outro aspecto importante do autocuidado é o indivíduo idoso se sentir bem em relação a sua aparência, considerando as mudanças corporais próprias do envelhecimento. Manter a autoestima e a segurança em relação acomo prefere se apresentar às pessoas é fundamental. Sentir-se bem com cabelo tingido ou grisalho, com unhas com esmalte ou sem e com roupas confortáveis quer sejam justas ou folgadas, é uma conquista importante e representa um carinho e cuidado por si mesmo.
Assim, adotar práticas regulares de autocuidado físico e mental e estabelecer uma rotina de consultas médicas regulares para avaliar sobre as medicações e controle das doenças crônicas são essenciais para um envelhecimento com qualidade. Cuidar de si é fundamental para qualquer pessoa, mas para os idosos, ele se torna uma chave essencial para uma vida saudável e feliz.
*Dra. Gisane Cavalcanti é geriatra do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe)