Braulio Rezende ( Foto: Reprodução)

Presidente das entidades enviou ofício com reclamação ao Ministério da Economia

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e do Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) de Nova Friburgo, Braulio Rezende, encaminhou ofício ao ministro da Economia, Paulo Guedes, se queixando da enorme dificuldade enfrentada pelos empresários para obter empréstimos do Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Segundo Braulio, os empresários relatam burocracia e excesso de exigências dos bancos como principais obstáculos ao acesso à linha de crédito emergencial, criada pelo governo federal para atender, durante a pandemia de Covid-19, empresas que tiveram faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões em 2019.

“No início da pandemia, o ministro Paulo Guedes garantiu que não faltaria dinheiro na economia e que injetaria recursos na medida da necessidade das empresas. Ele disse, textualmente, que nenhuma empresa ficaria para trás, que o governo adotaria posição firme na defesa das atividades econômicas. Passados 120 dias, é raro encontrar alguém que tenha sido favorecido com o Pronampe”, salienta.

 Braulio Rezende afirma que a preocupação dos empresários aumentou nos últimos dias, após reportagens em jornais de grande circulação divulgarem que o programa está atingindo seu limite operacional. O presidente da CDL e do Sincomércio mantém contato frequente com gerentes de agências de bancos públicos em Nova Friburgo, que nesta semana comentaram que os recursos já se esgotaram e agora o governo pensa em realocar valores  não utilizados do financiamento da folha de pagamento para o Pronampe, dada a imensa demanda represada.  

“Em nosso círculo de relações nas entidades de classe, bastante extenso, verificamos apenas um caso de empresário que tomou empréstimo pelo Pronampe. Pelo que sabemos, quase ninguém foi beneficiado. Entre as empresas do Simples, então, o clamor é generalizado”, acrescenta.

O presidente da CDL e do Sincomércio lembra que havia remetido correspondências ao Ministério da Economia e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em que destacava que o dinheiro das linhas de crédito emergenciais não chegava na ponta. Ele recebeu resposta de que as instituições estavam se organizando e isso aconteceria em breve, promessa que não se confirmou.

“A maior parte dos empresários fala que os bancos fazem uma série de imposições para liberar dinheiro do Pronampe. Hoje, as empresas são incapazes de cumprir essas restrições, depois de praticamente quatro meses sem movimento. Quem tem situação boa não precisa ir a banco pegar financiamento. As condições para os empréstimos deveriam ser excepcionais, dado o período atípico e complexo que vivemos”, pondera Braulio Rezende.