Colaboradores: uma ferramenta de branding e gestão de talentos
* Isabela Pimentel
O ditado diz que santo de casa não faz milagre. Será verdade? Pelo menos não quando se trata de influenciadores internos, que são funcionários recrutados para atuar como embaixadores da marca, seja na comunicação interna, conscientização de seus pares, ou na gestão de marca e atração de novos colaboradores, com compartilhamento de conteúdos nas redes sociais sobre sua rotina, bastidores da empresa e sua jornada profissional.
E dados para comprovar isso não faltam. Segundo pesquisa realizada pela PostBeyond e a Golfdale Consulting com mais de 2.500 funcionários e 400 líderes, mostraram que as mensagens a respeito da empresa publicadas pelos colaboradores tiveram alcance 561% maior em comparação aos canais da marca.
Mas, para que essa ação dê certo, é importante que exista na empresa uma cultura organizacional que valorize a experiência do colaborador e incentive o marketing de influência, não apenas para geração de negócios diretos, mas para inspirar outros colaboradores.
“Para ter embaixadores reais, antes de tudo, a empresa precisa de um projeto sólido de valorização da cultura organizacional e enraizamento dos seus valores. Assim, os colaboradores se vêem como parte da estratégia”, afirma Isabela Pimentel, que é sócia-fundadora da Comunicação Integrada, empresa especializada em planejamento de comunicação integrada com portfólio formado por clientes como Unimed, TRT, TRF, Canais Globo, Petrobras, Fiocruz, Vale e Ingresso.com, Energisa.
O que esperar?
Pessoas gostam de se relacionar com pessoas, independente do seu modelo de negócio. Por isso, empresas que contam com líderes e colaboradores engajados nas redes sociais e corporativas atraem mais clientes e parceiros de negócios porque profissionais felizes e que se sentem representados e alinhados por uma causa tornam-se naturalmente defensores da marca.
Portanto, a liderança precisa criar estratégias que valorizem as conquistas e incentivem os colaboradores a divulgarem espontaneamente a sua satisfação em fazer parte da organização, assim como auxiliar de forma muito autêntica a própria venda de produtos e serviços, tornando-se também um canal de vendas.
Os benefícios de tornar colaboradores em influenciadores digitais
Segundo a especialista especializada em planejamento de comunicação integrada e autora do livro ‘“OUVI DIZER” – Comunicação Integrada como antídoto para boatos organizacionais’, Isabela Pimentel, os ganhos dessa estratégia para a marca são:
Fortalecimento orgânico da marca;
Engajamento da marca on e offline (marketing “boca a boca”);
Melhora do desempenho dos colaboradores por meio do senso de time;
Atração de novos talentos e fidelização dos que já fazem parte da equipe; e
Passagem de seguidores para defensores da marca.
Employer branding: reputação e retenção de talentos
Uma das áreas bastante impactada com essa estratégia é o employer branding, que é a reputação do empregador. Isso porque os funcionários são capazes de influenciar positiva ou negativamente a imagem da empresa, tanto para seus colegas de trabalho quanto para a sociedade em função de estarem hiperconectados e munidos de fácil acesso ao digital.
Ser reconhecida como uma boa empregadora coloca a empresa na dianteira na hora de atrair e reter talentos, além de atuar favoravelmente em sua reputação frente às audiências e na percepção sobre a marca.
Cuidados para o tiro não sair pela culatra
Transformar colaboradores em influenciadores internos exige planejamento e formação para que o sonho não vire um pesadelo. Para isso, o primeiro passo é identificar quem tem o perfil de liderança natural e que gera um engajamento orgânico no time. Após é preciso criar uma política de comunicação, sobre os valores da empresa, o que pode ou não ser divulgado e técnicas de comunicação não-violenta.
Outro ponto muito importante é não ter uma política para inglês ver, com um storytelling lindo, mas, um ambiente corporativo tóxico e abusivo. Comunicar a verdade evitará crises de imagem ou reputação vinda de colaboradores insatisfeitos ou mal preparados e que irão afetar a marca como um todo.
Lembre-se: todo colaborador é um potencial produtor de informações sobre a empresa que ele está inserido, por isso, devem ser estimulados e incentivados além da política de salários, sendo também preparados adequadamente sobre limites, fronteiras e como pode ser a linha de frente da influência de uma organização, marca, produto ou serviço na rede.
*Sobre Isabela Pimentel
Jornalista, historiadora e autora do livro ‘“OUVI DIZER” – Comunicação Integrada como antídoto para boatos organizacionais’. É sócia-fundadora da Comunicação Integrada (https://comunicacaointegrada.com.br/), empresa especializada em planejamento de comunicação integrada com mais de 8 anos de mercado e com portfólio formado por clientes como Unimed, TRT, TRF, Canais Globo, Petrobras, Fiocruz, Vale e Ingresso.com, Energisa. Além disso, é membro do Comitê de Riscos e Crises da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje).