A Dislexia é um transtorno específico da aprendizagem, que compromete as habilidades de leitura e escrita de um indivíduo. Hoje, o transtorno atinge cerca de 10 milhões de brasileiros, e a Inteligência Artificial tem se tornado cada vez mais uma ferramenta imprescindível na vida de pessoas acometidas pelo distúrbio.

O principal obstáculo para um disléxico realizar qualquer tarefa sempre terá uma relação direta com a necessidade de haver leitura e escrita para realizá-la, então, tendo isso em vista, utilizar a Inteligência Artificial como ferramenta para criação de conteúdo e de estratégias para facilitar a compreensão leitora – como solicitar resumos, elencar tópicos importantes e explicar com outras palavras – muda completamente o cenário cotidiano de disléxicos, podendo ainda ter conteúdos corrigidos e textos lidos pela IA.

E, para além do universo cotidiano de um disléxco, a IA também pode ser uma peça chave para a identificação precoce dos sinais da dislexia, por meio da análise de padrão de resposta desses indivíduos, facilitando o processo de avaliação e diagnóstico, o que qualificaria uma mudança considerável no cenário atual das pessoas com dislexia, que, segundo pesquisa do Instituto ABCD com a CISCO, demoram 8,6 anos para identificar o transtorno. Identificar a dislexia de maneira precoce é importante porque o cérebro da criança pequena ainda é mais plástico e isso permite que ela se beneficie mais de uma intervenção. Quanto antes a dislexia for diagnosticada, menores serão a defasagem escolar e os impactos emocionais da criança e é justamente aí que IA pode desempenhar um importante papel.

Dúvidas Frequentes:

O que é a Dislexia?

R: A dislexia é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta habilidades básicas de leitura e linguagem

Qual a Prevalência da Dislexia?

De acordo com a Associação Internacional de Dislexia (IDA, na sigla em inglês), a dislexia afeta 10% da população mundial. A associação calcula que haja mais de 700 milhões de pessoas disléxicas no mundo.

A Dislexia é uma doença?

A dislexia não é uma doença ou um transtorno da medicina, apesar de muitos neurologistas, geneticistas, psiquiatras, neuropsiquiatras e pediatras terem nos ajudado a aprender sobre esse transtorno. A dislexia é uma condição que requer tratamento e intervenção educacional. Não existem remédios para tratar ou curar a dislexia.

Como é feita a intervenção?

Não há prescrição de medicamentos para quadros de dislexia, e sim adaptações pedagógicas aliadas ao atendimento especializado de um profissional da área de saúde ou educação (psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo ou professor de educação especial). O processo de intervenção varia de acordo com a dificuldade e as necessidades do indivíduo. O foco do trabalho interventivo deve ser fortalecer o processamento fonológico da pessoa com dislexia.

O Instituto ABCD recomenda a alfabetização estruturada que foque habilidades específicas que o disléxico precisa adquirir e/ou fortalecer. A pessoa com dislexia se beneficia do ensino explícito, direto, individualizado, multissensorial, sequencial, diagnóstico e preventivo.

Sobre o Instituto ABCD

O Instituto ABCD é uma organização social sem fins lucrativos que se dedica, desde 2009, a gerar, promover e divulgar conhecimentos que tenham impacto positivo na vida de brasileiros com dislexia e outros transtornos de aprendizagem, com o objetivo de garantir que todos tenham sucesso na escola, no trabalho e na vida.

Com mais de 2 milhões de downloads, o aplicativo do Instituto ABCD, o EduEdu, já se consolidou como uma solução tecnológica acessível para apoiar a alfabetização de crianças dos anos finais da educação infantil (4 e 5 anos de idade), e do 1º ao 3º ano do ensino fundamental.

Juliana Amorina – Diretora Presidente Instituto ABCD é Fonoaudióloga, Mestre em Saúde da Comunicação Humana pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e Especialista em Linguagem com o enfoque na Linguagem Escrita. Juliana já atuou como coordenadora do projeto Individualmente (centro de referência interdisciplinar na avaliação e intervenção de dificuldades e transtornos de aprendizagem) no Instituto Cefac entre 2011 e 2014. Tem experiência na clínica de Fonoaudiologia na área de avaliação e intervenção nos transtornos de linguagem oral e escrita. Iniciou suas atividades no Instituto ABCD em 2010, no projeto Centro de Referência e, em julho de 2018 assumiu o cargo de Diretora Presidente.