Felipe Sá é comunicólogo, publicitário e designer gráfico ( Foro: Acervo pessoal)

O mundo encontrou no COVID-19 um inimigo invisível, que desestabilizou até mesmo as economias mais fortes e os mercados mais desenvolvidos. No Brasil o cenário não poderia ser diferente. Nosso País enfrenta uma nova recessão econômica e junto à ela, uma situação pouco confortável em relação ao sistema de saúde, não apenas nos grandes centros urbanos.

Com as medidas de distanciamento social não sendo muito levadas a sério pela população, muitas entidades e gestores estaduais e municipais estão enfrentando enormes dificuldades para conter a propagação do vírus e proporcionar o mínimo de segurança à população, em meio a este cenário de pandemia.

Os casos de pessoas contaminadas vem aumentando rapidamente nos últimos dias, o número de óbitos confirmados através de testes também está aumentando. Vale alertar que cientistas e médicos também se preocupam com uma grande subnotificação em relação aos números de casos devido ao fato de que a quantidade de testes para a população ainda é muito baixa e preocupante. A vida de milhões de brasileiras e brasileiros está em risco. Mas será que é realmente isso que queremos?

Em momentos de crise como este em que estamos vivendo, o papel não apenas da propaganda, mas da comunicação como um todo, não deve ser apenas o de se preocupar com a economia, com as vendas e com os lucros, mas sim, de informar. Não se deve poupar esforços para propagar informações verdadeiras acerca do Coronavírus, das tão importantes medidas de distanciamento social, dos avanços das pesquisas científicas e da medicina e dos esforços municipais e estaduais ao combate à doença. Também é necessário combater a desinformação e a propagação das chamadas Fake News, que tanto atrapalham e confundem a população.

Especialistas em marketing e grandes nomes da publicidade mundial (muitos deles se encontram no Brasil) estão alertando sobre os difíceis desafios que iremos enfrentar nos próximos meses de pandemia. Os investimentos com publicidade e marketing nas micro e pequenas empresas será diferente e ousando dizer, também muito menores. Muitas destas entidades terão que reinventar suas maneiras de se comunicar com o público e também como vendem seus produtos e serviços com o objetivo de se adaptarem a um novo panorama mundial acerca dos negócios.

Sistemas de delivery estão sendo implementados em empresas que nunca sequer sonharam em fazer uma entrega antes. Motoboys e outros serviços estão na linha de frente dessas entregas, para proporcionar à população o mínimo de conforto e segurança na hora de adquirir os seus bens de consumo. As vendas online, por e-commerces e aplicativos aumentaram mais de 200% só no mês de Abril.

Algumas empresas menores estão enfrentando muitas dificuldades em se adaptarem a este novo panorama e talvez como forma de manifesto à vida, seja a hora das agências e profissionais de comunicação, publicidade e marketing abraçarem campanhas beneficentes que ajudem essas micro e pequenas empresas sobreviverem a essa pandemia e que ao mesmo tempo sejam relevantes no que se diz respeito ao esforço incansável de informar e mobilizar a população acerca das medidas que devem ser verdadeiramente adotadas ao combate do Coronavírus.

*Felipe Sá é comunicólogo, publicitário e designer gráfico.