Ao longo do ano letivo, muitas famílias e professores começam a perceber desafios no desempenho escolar das crianças. Dificuldades para manter o foco, compreender conteúdos e acompanhar o ritmo da turma são queixas frequentes. Mas como saber se esses sinais indicam uma dificuldade de aprendizagem ou um transtorno como o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade)?

Segundo a psicóloga clínica e psicopedagoga Roberta Passos, especialista em Neuropsicologia pelo IPQ-FMUSP e com mais de 14 anos de experiência, a distinção entre essas condições é fundamental para garantir a intervenção correta e o suporte adequado.

“Nem toda dificuldade na escola significa que a criança tem TDAH. O transtorno envolve sintomas persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade, que impactam várias áreas da vida, não apenas o aprendizado. Já as dificuldades de aprendizagem podem estar relacionadas a fatores emocionais, pedagógicos ou até a transtornos específicos, como a dislexia”, explica a especialista.

Roberta destaca que, muitas vezes, o excesso de diagnósticos precipitados pode levar a intervenções inadequadas. Por isso, a avaliação correta por um profissional capacitado é essencial.

“O ideal é observar os sinais e procurar uma avaliação multidisciplinar, envolvendo psicólogos, psicopedagogos e neuropsicólogos. Um diagnóstico bem-feito evita que a criança seja rotulada indevidamente e permite que ela receba o apoio necessário para desenvolver seu potencial”, alerta.

Quando buscar ajuda?

Os pais e educadores devem ficar atentos a alguns sinais que podem indicar a necessidade de uma avaliação especializada:

Dificuldade constante em acompanhar o conteúdo escolar;

Problemas na organização e na execução das tarefas;

Dificuldade de manter a atenção em atividades estruturadas;

Frustração frequente com os estudos;

Comportamentos impulsivos ou hiperativos que afetam o convívio social.

“Ao notar essas dificuldades, o primeiro passo é buscar uma avaliação com profissionais qualificados. O diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado fazem toda a diferença no desenvolvimento escolar e emocional da criança”, finaliza Roberta.