Diogo Nogueira conclui lançamento da série “Comida de Santo”
Sensação de missão cumprida! Como nem só de música é feito um artista, desde o lançamento de seu álbum – “Sagrado, Vol.1” –, Diogo Nogueira vem destacando cada vez mais para o público sua fé e religião. Que a vida do cantor é permeada pelo samba, não há dúvidas. Mas, além disso, Diogo também conta com a forte presença da culinária e do Candomblé, religião que faz parte de sua vida desde que nasceu. E foi daí que surgiu a vontade de lançar seu mais recente projeto.
Misturando uma pitada de samba com um bocado de gastronomia cultural e religião a gosto, nasceu “Comida de Santo”, série já disponível no YouTube e que estreou em 2 de outubro de 2024. A produção de 4 episódios gravados ao lado das renomadas chefes de cozinha Andressa Cabral e Leila Leão, também iniciadas no Candomblé, ainda traz a participação de Fábio Nogueira, pai de santo de Diogo. Além de muita culinária e Axé, o projeto conta com um bocado de humor e diversas informações que ajudam a combater a intolerância religiosa.
Apresentando e co-assinando a direção e criação da série, Diogo Nogueira se despede do projeto com o “Episódio: Oxóssi” – uma homenagem ao Orixá que rege sua vida. “Diogo é feito de Oxóssi, é o Orixá dele de cabeça. Surgiu na vida dele de uma forma surpreendente, um caminho muito bom. Fazer o Santo dá caminho a sua cabeça. A competência, o talento, é dele, mas o Orixá funcionou como um combustível. Oxóssi foi maravilho para Diogo, assim como é até hoje”, diz o pai de santo do cantor ao introduzirem o episódio.
Assista https://www.youtube.com/watch?v=5QRFczEU-sU
Pensando no espírito caçador, de prosperidade e de fartura que esse Orixá representa na cultura do Candomblé, Diogo, Andressa e Leila ofertaram para Oxóssi o Axoxô – prato típico da cozinha afro-baiana e uma comida ritual do Orixá, com milho de galinha e coco – e preparam uma releitura com caça e grãos que foi um cabrito com creme de milho. Para acompanhar, o trio se deliciou com um drink não-alcóolico fermentado que consiste em milho, gengibre e rapadura.
“Estou muito feliz de poder fazer essa comunhão, essa junção, e falar sobre o sagrado que é tão importante para mim. Tudo isso começou de uma visitação ao meu passado e foi feito com muito amor”, diz Diogo sobre o projeto. Ao longo dos quatro episódios da temporada, o grupo se junta para desvendar diversas lendas, rituais e receitas dos Orixás aos quais estão conectados. Além das muitas receitas gostosas, também tem muito papo elucidativo, humor e muitas gostosuras.
Filho do cantor e compositor João Nogueira, Diogo conta que a religião do Candomblé foi uma fé praticamente herdada, transformando o projeto em algo ainda mais especial. “Meu pai era ligado à religião, minha tia-avó era mãe de santo… É uma história tradicional familiar, como tudo na minha vida é. O Candomblé faz parte da minha história desde o momento em que eu nasci”, compartilha o cantor.
Com a conclusão de “Comida de Santo”, um trabalho tão especial e significativo, a chefe Leila Leão se abre sobre sua experiência nas gravações e fala sobre os sentimentos após o lançamento: “Meu coração transborda de emoção ao compartilhar a experiência incrível de participar do projeto, ao lado de pessoas tão especiais que se tornaram uma grande família. Juntos, nos unimos como verdadeiros filhos de Orixá, levantando a bandeira do Candomblé com muito afeto e respeito. Através da culinária e das histórias sagradas, desmistificamos questões como a intolerância religiosa e outros preconceitos que tentaram apagar a força do nosso sagrado. Este trabalho foi mais que uma simples ação; foi um ato de amor, resistência e celebração das nossas raízes. Ao final do último episódio, com lágrimas nos olhos e a sensação de missão cumprida, reafirmamos que quem escolheu o seu Axé não deve ocultar! Que possamos sempre honrar e compartilhar nossa cultura com alegria e orgulho”, finalizou Leila.
A temática da série veio inspirada na música “Ciência da Paz”, lançada no “Sagrado, Vol.1”, em que traz na letra o desejo de quebrar a intolerância religiosa: “Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo, amém/ Seu fio de conta/ Não é da conta de ninguém/ Abrir os olhos e a consciência/ Pois a paciência/ É a ciência de viver na paz.” Assim, através do projeto, Diogo quis levar informação, a partir da sua religião, com o intuito que as pessoas passem a olhar para todas com mais afeto. Afinal, como ele diz: “Quando a gente conhece e entende a história, a gente respeita”.
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