Festa Literária de Nova Friburgo é dedicada às mulheres na literatura e recebe Andrea Pachá, a jornalista e escritora friburguense, Consuelo Dieguez e Fernanda da Escóssia.

Quem é essa mulher que lê, escreve, desenha e constrói a cidade? A Flinf – Festa Literária de Nova Friburgo, que acontece nos dias 3, 4, 5 e 6 de novembro, no Cadima Shopping, na Usina Cultural Energisa, na Praça Dermeval Barbosa Moreira e na Livraria Macondo, ajuda a responder a pergunta, retornando o evento com uma programação que mais que exalta o fazer artístico feminino, com atenção especial ao universo literário, da leitura à escrita. A edição A Mulher, a leitura e a cidade será de retomada do encontro, que reuniu grandes nomes da literatura nacional nas suas edições anteriores – vale lembrar que seus últimos homenageados foram Zuenir Ventura, Affonso Romano de Sant’Anna e Marina Colasanti. A festa pausou os trabalhos durante três anos e agora convidou a mulher que viu o fim do amor, que identificou o ovo da serpente e que vê os invisíveis, entre muitas outras da cadeia do livro e da construção do nosso olhar na sociedade.

A programação conta com mais de 30 atividades entre mesas, contação de histórias e lançamentos de livros, inclusive para o público infantil. No dia 3, quinta-feira, a Flinf recebe a desembargadora Andrea Pachá para o papo sobre literatura e alteridade: “quando o amor acaba”, baseado no “A vida não é justa”, que terá edição comemorativa de 10 anos, com lançamento em dezembro. As novas histórias incluem os conflitos pós-pandemia e pós-redes sociais. A mediação é da jornalista Ana Lucia Morais. Carol Canegal, pesquisadora do Observatório da Branquitude, e Marcia Lobosco, autora da dissertação sobre professoras negras na “suíça brasileira”, batem um papo sobre racismo, branquitude e mulheres, com mediação da jornalista Maria Fernanda Macedo, na Usina Cultural Energisa, no dia 4, sexta. Fernanda da Escóssia, professora e jornalista, com passagens por O Globo, Folha e Revista Piauí, autora da tese “Invisíveis: uma etnografia sobre brasileiros sem documento” – tema do Enem 2021, bate um papo sobre o livro com mediação da historiadora Luciana Lamblet, no sábado, 5, na Usina Cultural Energisa. Outra convidada é a jornalista Consuelo Dieguez. Formou-se pela PUC-Rio, atuou nas redações de O Globo, TV Globo e das revistas Veja e Exame, e atualmente é repórter da Revista Piauí. Dieguez, que nasceu em Nova Friburgo, conversa sobre o lançamento de “O ovo da serpente” (Companhia das Letras), livro que detalha as origens da nova direita brasileira e sua ascensão ao poder, com mediação da também jornalista friburguense Ana Carolina Morett, também no sábado, 5, na Usina Cultural Energisa.

A abertura oficial do evento é no Cadima Shopping, na quinta, 3, a partir das 18h, com a exposição de microcontos “60 piscadelas”, do coletivo Para Ler num piscar de olhos. O grupo conta com a chancela do Instituto Edith Blin, entidade criada com o intuito de preservar a arte da pintora francesa e promover novos artistas através de programas, exposições e bolsas de estudo.

Na sexta, 4, os trabalhos começam às 9h, na Usina Cultural Energisa, com o lançamento do livro “Não me toca, seu boboca!”, da escritora argentina Andrea Taubman, que pesquisou durante anos o tema assédio sexual na infância para escrever aos pequenos de forma didática e segura. Ilustrada por Thais Linhares, a obra é o resultado dessa pesquisa. O lançamento é voltado para adultos e, às 10h30, Andrea conta o livro para crianças na Praça Dermeval Barbosa Moreira – que também recebe o Império das Negas, às 14h, para um papo sobre tranças e cultura, e às 20h, para o Baile Charme. Pela primeira vez, a Praça Dermeval Barbosa Moreira vai contar com uma programação de sexta a domingo com contação de histórias, lançamentos de livros, shows e debates. No último dia do evento, 6, domingo, às 16h, tem contação de histórias na Praça Dermeval Barbosa Moreira com a peruana Rosana Roteagui. “Na trama dos cabelos renascemos” é um espetáculo para adultos, com quatro narrativas a partir da tradição oral, trazendo reflexões sobre o feminino, corpo-território e a mãe-natureza. Logo após, haverá homenagem à professora Eliana Yunes.

Não muito diferente das outras edições, a Flinf 2022 é quase toda feita por mulheres, na produção, realização e na curadoria de Maria Fernanda Macedo. A arte apresenta imagens da jovem Lua Soares, a Lalin, revelada no Projeto Resistência Artística, da Usina Cultural Energisa. A Flinf conta com o patrocínio da Energisa, do Cadima Shopping, da Águas de Nova Friburgo e da Unimed. A Secretaria de Cultura de Nova Friburgo é a principal apoiadora da festa e a realização é da Genipapo produtora.

Toda a programação é gratuita para o público, com classificação livre, sujeita à lotação. As inscrições para as oficinas também são gratuitas, limitadas e devem ser realizadas no local, uma hora antes do início previsto. Mais informações: www.flinf.com.br.

Usina Cultural Energisa – Praça Presidente Getúlio Vargas, 55 – Centro  

Cadima Shopping – Rua Moisés Amélio, 17 – Centro

Livraria Macondo – Rua Monsenhor Antônio Teixeira, 25, loja A, subsolo – Centro