“O peso do pássaro morto” é um dos meus livros preferidos no mundo.

A leitura dele engasga muito, aperta tudo por dentro. E eu nunca sei muito bem o que fazer quando acabo sua leitura.

Um romance em versos! Isso. Um romance em versos, em pausas, em espaços em branco, em palavras interligadas pelo silêncio e pelas imagens da trajetória de uma mulher acumulada em memórias – dores responsáveis por quedas e ascensões.

“A cura não existe”, entende a menina – “o tempo sempre leva as nossas coisas preferidas no mundo e nos esquece aqui olhando pra vida sem elas.”.

A estrutura e a linguagem – que acompanham o amadurecimento da personagem – rompem os cenários habituais, as escritas já consagradas: Aline provoca os limites, respira o fulgor do qual andamos necessitados, nos faz humanos nessas páginas.

Aline rebrota a escrita, o romance e nossos olhos.

Esse livro é todinho remição.

O peso do pássaro morto

Aline Bei

Editora Nós

168 páginas