Faltando dez dias para o segundo turno das eleições de 2018, a Folha de São Paulo publica em seu site uma matéria bombástica sobre o disparo de mensagens em massa de WhatsApp contra o candidato Fernando Haddad. A reportagem trazia ainda o envolvimento de empresas no financiamento desses disparos, que feriam a legislação eleitoral brasileira em vários aspectos.

A jornalista responsável pela apuração e investigação da reportagem era Patrícia Campos Mello – reconhecida no meio e ganhadora de prêmios pela sua atuação jornalística em guerras e eleições internacionais – autora do livro “A máquina do ódio”.

Nesta obra, Patrícia Mello conta o processo de apuração que resultou na famosa reportagem e as consequências que sofreu após a publicação: xingamentos, ameaças de morte, acusação em uma CPMI de ter oferecido sexo em troca de informações e a necessidade de andar com proteção policial.

“A máquina do ódio” é um livro necessário para compreendermos nossos tempos e, especialmente, o impacto das redes sociais no processo eleitoral. A autora apresenta exemplos de outros países apontando como esse fenômeno não está circunscrito ao Brasil. E, acima de tudo, como devemos pensar em estratégias e pressionar por uma legislação que fortaleça a democracia.

Leitura que indigna, mas enriquece e fornece instrumentos para a defesa de um país mais democrático e justo. 

Livraria Macondo – Rua Monsenhor José Antônio Teixeira (antiga Rua São João), 25, loja A, subsolo,  no Centro de Nova Friburgo.