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Os medicamentos para o tratamento da diabetes estão entre os dez mais buscados e vendidos na plataforma Consulta Remédios, segundo maior e-commerce do varejo farmacêutico no país. Os dados, relativos ao ano de 2024, refletem uma realidade preocupante: o alto índice de brasileiros portadores da doença. São mais de 16 milhões de diabéticos segundo o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF). O dado coloca o Brasil em 5º lugar mundial de um ranking nada saudável, e a estimativa é que em 2030 esse número possa chegar a 21,5 milhões.

E ainda com os altos índices, recentemente o Brasil viu uma polêmica. Duas cientistas foram condenadas por desmentir a informação falsa de que a diabetes seria causada por vermes. A discussão acende um alerta sobre desinformação a respeito da doença, que, se não tratada adequadamente, pode levar a sérias complicações e óbitos prematuros. Contudo, com diagnóstico precoce, controle da glicemia e um estilo de vida saudável, é possível viver bem com a doença.

Pensando nisso, pedimos para Karime H. Sleiman, farmacêutica da plataforma Consulta Remédios (CR), desmistificar alguns fatos sobre a diabetes. “A diabetes é uma doença em sua maioria silenciosa e que pode levar a complicações graves. Falar sobre isso é sempre importante e, sobretudo, confiar em profissionais de saúde. Hoje, com a internet, não há um filtro da informação e isso é bem perigoso. A gente viu no Ozempic um grande exemplo. Chegamos a ter, em 2023, aumento de 91% nas buscas pelo medicamento, que estava sendo comprado sem prescrição médica. Agora, em 2024, as buscas pelo Wegovy, medicamento semelhante, ultrapassaram 62 mil. O Brasil é um dos países que mais se automedica, e isso é muito grave. É preciso sim esclarecer mitos e verdades”, diz ela. Confira:

O que é exatamente a diabetes?

A Diabetes é uma doença crônica muito popular, que causa o aumento do açúcar no sangue em decorrência da falta de secreção de insulina pelo pâncreas ou à resistência à insulina. As mais comuns são a diabetes tipo 1, o qual o próprio sistema imunológico ataca as células que produzem insulina, muitas vezes nasce com a pessoa. E o tipo 2, no qual o corpo não realiza um aproveitamento adequado da insulina produzida pelo corpo, muito ligado ao sobrepeso, sedentarismo e hábitos não saudáveis de vida.

A diabetes pode ser provocada?

Verdade. A pessoa com a diabetes tipo 1 pode nascer com ela, já o tipo 2 pode ser desenvolvida. “O segundo tipo, pode ser gerado através de consequência de hábitos da vida. Como por exemplo, alimentação inadequada, falta de atividade física, sobrepeso e hipertensão”, explica a farmacêutica.

Existem sintomas de glicose alta?

Sim, alguns dos sintomas de alerta são urinar com mais frequência, ainda mais durante a noite, sente intensa fadiga, sede, boca seca, câimbras, visão embaçada e perda de peso repentina. “Caso sinta qualquer um dos sintomas, é preciso consultar um médico. Ainda, é preciso ter em mente que o uso de fitoterápicos pode sim ser positivo se feito com acompanhamento de um especialista, mas quando se trata de sintomas, o ideal é ter um diagnóstico e um tratamento adequado, baseado em fatos científicos”, alerta.

O uso constante de insulina pode levar ao vício?

Mito. A insulina não é capaz de levar ao vício em pacientes com diabetes. É um medicamento primordial em pacientes com diabetes do tipo 1 e, em alguns casos, também pode ser indicada para o controle da glicose em diabéticos do tipo 2. Caso o médico indique uma dose maior, isso não significa que o organismo está viciado, mas sim que há a necessidade de alcançar um nível adequado de glicose no sangue.

Quando a pessoa é considerada diabética?

Isso vai depender do monitoramento da glicemia. Para ser considerada normalizada, o resultado da glicose em jejum é de 70mg/dl a 100mg/dl. Uma pessoa com pré-diabetes, nas mesmas condições alcança o 100mg/dl e 125mg/dl. Quanto ao resultado, se ultrapassa ou é igual a 126 mg/dl é considerado diabetico.

Não é preciso medir a glicemia com frequência

Mito. O monitoramento diário da diabetes acaba sendo uma maneira de controlar os efeitos que essa doença pode causar a longo prazo no organismo. “A diabetes pode levar a complicações como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, doença arterial, perda da visão, insuficiência cardíaca entre outras”, alerta Karime. Segundo ela, é possível fazer o monitoramento da glicose em diferentes horas do dia a depender da necessidade e orientação médica. “Além disso, existem diferentes monitores, aqueles que precisam de uma pequena gota de sangue para realizar a aferição e alguns monitores digitais. Hoje, existem modelos como o sensor para monitor de glicemia, que é aplicado na parte superior do braço e dá o resultado através de um aparelho leitor que pode ser feito sem precisar furar e dor para o dado de monitoramento da glicose”, diz ela.