Conheci Sr. Sebastião de Sá Alves no Rio de Janeiro, nos anos de 1980, pelas mãos do emblemático advogado Celso Fontenelle, cliente assíduo do Restaurante Chamego do Papai, na Praça XV, do qual Sr. Sebastião era gerente.

Um português generoso e simpático, que nos oferecia sempre um agrado à mesa e não deixava faltar o café aromático ao fim da refeição.

De volta à Nova Friburgo, nos anos de 1990, reencontrei Sr. Sebastião, o português que havia se transformado em amigo do meu pai, agora proprietário do Portugalo, ao lado do Hotel Sanjaya, onde o bacalhau era motivo de celebração diária e seus bolinhos concorridos e disputados. 

O querido Sr. Sebastião apaixonou-se por Nova Friburgo e resolveu fixar residência aqui. Abriu primeiro o Bar Petiskus de frutos do mar, em 1986, mas a aceitação foi tanta que precisou ampliar seu negócio, criando o Portugalo.

Sr. Sebastião de Sá Alves ( Foto: Reprodução / Acervo)

Mais tarde, quando da inauguração do Cadima Shopping, reabriu o Petiskus com uma proposta de comida a peso, que era o “boom” da época. Mas nunca conseguiu se distanciar da culinária mais elaborada e da harmonização entres as guarnições, oferecendo opções que mais parecem um “à la carte” para quem tem o olhar sensível sobre a gastronomia.

Agora, Sr. Sebastião vê a neta, a nutricionista Lilian Assis, terceira geração, à frente do negócio de família. E com o frescor da juventude e a ousadia comum aos mais novos, o Restaurante Petiskus foi buscar na culinária do Maranhão, que por sua vez bebeu da gastronomia européia, o prato que originou a lenda do Pai Francisco e do Bumba meu Boi: Língua ao molho madeira, com lâminas de champignons, purê de batata inglesa e mini salada de cenoura, para o Festival Quatro Estações de Gastronomia.  

Foto: Carlos Mafort

Ficou curioso com a lenda? A lenda do bumba meu boi do Maranhão é uma das mais conhecidas e celebradas manifestações culturais do Brasil, principalmente no Nordeste. E não é para menos: a tradição existe desde o século 18. Por isso, até quem não gosta de língua de boi já ouviu falar do drama de Catirina e Pai Francisco.

A história da escrava Catirina, grávida, que teve o desejo de comer língua de boi. Mas queria comer a língua do novilho mais querido do patrão, o dono da fazenda. A lenda você procura depois para ler, mas o prato, que integra o cardápio do Festival Quatro Estações – edição de Inverno, promovido pelo Pólo Gastronômico de Nova Friburgo, é simplesmente delicioso. Quer conferir?  Basta ligar para o Petiskus 22 22 2523 8630 / 997676958 Petiskus – Rua Moisés Amélio, 17 – Cadima Shopping