A luz azul é uma radiação com comprimento de onda mais curto, entre 440 e 485 nanômetros, e de alta energia. Atualmente, além da fonte natural, proveniente do sol, a tecnologia se utiliza de fontes de iluminação, com LEDs, que também emitem esse comprimento de onda de forma artificial. Ao contrário do que já foi muito propagado sobre a luz azul, estudos relacionados ao uso de telas não comprovaram danos à retina, mesmo a longo prazo.

O vice-presidente da Sociedade Goiana de Oftalmologia (SGO), Leiser Franco, comenta sobre o uso de lentes que dizem proteger contra a luz azul. “Estudos demonstraram uma evidência fraca para prevenção de fadiga ocular. E não demonstraram prevenir doenças da retina”, pontua. “No entanto, essas lentes podem aumentar o conforto subjetivo em uso prolongado de telas, reduzir o ofuscamento e dispersão da luz, melhorando o contraste. Muitos pacientes referem um melhor conforto ao utilizar óculos com filtros para luz azul”, completa.

Ele também explica sobre os malefícios da luz azul em nosso cotidiano. “A luz visível está no espectro de 380 a 750 nanômetros (nm). A luz azul está no espectro de 400 a 455 nm, é o mais energético da faixa visível. Importante lembrar que a maior parte da luz azul vem do sol e não de telas”, afirma. “Os possíveis malefícios seriam fadiga ocular, associada ao olho seco e a piscar menos. Impacto no ritmo circadiano, afetando a qualidade do sono. Desconforto visual, ofuscamento e risco teórico de dano retiniano”, elenca. “Contudo, não há comprovação que a luz azul contribua para degeneração macular relacionada à idade.

De acordo com o oftalmologista, existem várias formas de proteger a visão da luz azul das telas. “Há muito que se pode fazer para ter conforto visual, principalmente quem trabalha o dia todo no computador, como a regra 20-20-20. A cada 20 minutos olhar para um objeto que esteja a 20 pés (seis metros de distância) por 20 segundos. Além de aumentar a frequência do piscar, para espalhar a lágrima”, cita. “Iluminação ambiente adequada, usar luz indireta, evitar contraste excessivo entre tela e ambiente escuro, reduzir o brilho das telas. E ainda utilizar óculos de sol de boa qualidade com filtro UV, evitar uso de telas duas a três horas antes de dormir e lubrificar os olhos adequadamente”, elenca Leiser Franco.