Com o objetivo de transformar a realidade de suas comunidades, 107 jovens de todos os estados da Amazônia Legal participaram do UNLEASH Amazon Innovation Lab, programa que visa capacitar pessoas para desenvolver soluções inovadoras e sustentáveis em nível local. A iniciativa encerrou no sábado (19/10), com uma cerimônia de premiação no Palacete Provincial, no Centro de Manaus, que reconheceu os três melhores projetos com prêmios de R$ 15 mil e R$ 20 mil.

Esta foi a primeira edição do UNLEASH Amazon Innovation Lab realizada nas Américas e Manaus foi escolhida para sediar a iniciativa inédita. O programa reuniu jovens de diversas populações tradicionais, incluindo indígenas, ribeirinhos, extrativistas e quilombolas, além de moradores de áreas urbanas, engajados em propor soluções para os desafios vividos em seus cotidianos.

Desde a última terça-feira (15/10), os participantes se encontraram na Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (EST/UEA), onde foram divididos em 27 equipes. Eles trabalharam em propostas focadas nos temas “Proteção e Responsabilidade Ambiental” e “Desenvolvimento Sustentável e Bioeconomia”, em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Ao longo dos cinco dias de atividades intensivas, com orientação de especialistas, os participantes trocaram experiências e conhecimentos, culminando em 27 projetos concretizados. A cerimônia de encerramento teve início com o “Festival de Soluções”, permitindo que todas as equipes apresentassem suas ideias em formato de pitching.

Das 27 soluções, oito foram selecionadas para a grande final. O projeto “Kisemun – Primeiro Viveiro de Manivas e Centro de Tradições da Mandioca em Roraima” conquistou o primeiro lugar por votação popular e recebeu um prêmio de R$ 20 mil.

“O que passa na cabeça é que a gente consegue encontrar soluções até para os problemas mais difíceis, se a gente se mantiver unido, forte, resiliente e, principalmente, com muita coragem. Quando a gente se reúne, a gente aprende com o outro”, disse Felipe Medeiros, um dos integrantes da equipe vencedora.

Na trilha de Proteção e Responsabilidade Ambiental, o projeto “Turismo de Impacto: Compartilhe conhecimento, conecte-se à natureza e à cultura de comunidades ribeirinhas” foi premiado com R$ 15 mil, após a avaliação de um júri especializado no setor de inovação.

“Ainda estamos digerindo essa questão do projeto ter vencido. Conseguimos mostrar que nosso projeto tem viabilidade. A gente sai com uma grande lição: de sempre escutar a diversidade da cultura brasileira. Escutar, escutar e escutar para poder chegar a uma solução”, afirmou Nailson Gonçalves, integrante da equipe vencedora da trilha.

Também avaliado pelo júri especializado e premiado com R$ 15 mil, o projeto “Kunay Moda com Propósito – Empoderando Jovens de Comunidades Tradicionais por Meio da Moda” foi o vencedor da trilha de Desenvolvimento Sustentável e Bioeconomia.

“Eu não esperava que a gente ganhasse, mas acho que no sentido de inovação, não tem nada parecido com a proposta que a gente trouxe de empoderar esses jovens dessas comunidades, que muitas vezes não se sentem bonitos o suficiente para nos representar mundo afora”, afirmou o jovem líder indígena Ehn Xyn.

O júri especializado foi composto por Marcus Bessa, co-fundador do Impact Hub Manaus; Jeibi Medeiros da Costa, secretário executivo da pasta estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti); e Ashley Valle, diretora para America Latina e Caribe da empresa global de desenvolvimento sustentável Chemonics International.

“Fiquei muito feliz de participar desta oportunidade de linkar o conhecimento, a inovação e essa colaboração global. Isso me encanta. Umas das ideias que mais me encantaram aqui foi ver o renascimento do povo, muito do que criar ideias, eles se sentirem pertencentes às suas origens”, afirmou o secretário Jeibi Medeiros da Costa, integrante do júri.

Além dos projetos premiados, que receberam um incentivo em dinheiro para serem postos em prática, os demais terão a oportunidade de continuar seu desenvolvimento por meio de programas de incubação oferecidos pelas instituições: Impact Hub, Venture Hub, Fundação CERTI e Sebrae. O início das parcerias está previsto para as próximas semanas.

“O UNLEASH Amazon demonstrou o incrível potencial das mentes jovens que se juntam para enfrentar os desafios mais prementes do nosso tempo. Durante a imersão, não trabalhamos apenas para moldar o futuro da região amazônica, mas de todo o mundo”, afirmou o Professor Flemming Besenbacher, diretor do Conselho de Administração do UNLEASH.

Besenbacher também exaltou a criatividade e o empenho que foram entregues pelos participantes para a solução das problemáticas vividas na região. “Esses novos talentos me dão uma grande esperança num futuro mais sustentável e inclusivo”, acrescentou.