TV CULTURA estreia a série “Histórias de Gestos”, que explora os movimentos do corpo
Estreia na TV Cultura, a partir desta segunda-feira (21/10), a série Histórias de Gestos, em cinco episódios, de segunda a sexta-feira. A produção aborda os temas Ficar em pé, Cair, Sentar, Saltar e Girar, e lança um olhar sobre algumas das histórias, transformações e interações destes gestos em diferentes tempos e contextos. Vai ao ar às 20h50.
Histórias de Gestos propõe leituras e conexões críticas, expondo tensões políticas, sociais e econômicas que se entrelaçam aos corpos. Construída a partir de pesquisas em diversos arquivos, a série apresenta uma colagem de imagens em que fotografias, pinturas, desenhos, gráficos, e memes da internet se misturam a trechos de filmes, vídeos e obras coreográficas de artistas do Brasil e de outros países.
Criada a partir do livro Histoires de Gestes, de Isabelle Launay e Marie Glon, a série é uma viagem por alguns gestos que conhecemos muito bem, mas que raramente interrogamos. É também um desejo de ultrapassar algumas redes e propor outras conexões, aproximando a pesquisa e criação em dança de um público mais amplo.
Sinopses
Primeiro episódio – Ficar em Pé
Os primeiros ancestrais do ser humano capazes de ficar em pé, o gesto dentro do desenvolvimento motor dos bebês, o homem vitruviano de Leonardo Da Vinci como modelo de perfeição e harmonia, a eleição do corpo bípede-vertical como corpo padrão e a exclusão de muitos outros corpos e posturas, bem como as inúmeras abordagens da verticalidade nas danças, são alguns dos assuntos abordados neste episódio.
Segundo episódio – Cair
Da força da gravidade aos usos da linguagem (cair de moda, cair de valor, cair no esquecimento). Do acidente à aventura. Na sociedade vertical que construímos, não só o corpo pode vir abaixo, mas também estruturas crenças e verdades podem cair por terra. Nas danças, cair pode ser um constrangimento a evitar, mas também um gesto coreográfico trabalhado com grande precisão e controle.
Terceiro episódio – Girar
O movimento giratório estaria presente na formação da nossa galáxia. Planetas e corpos celestes permanecem até hoje girando. Do macro ao microcosmos o giro pode trazer múltiplos significados: retorno ao início, passagem do tempo, fluxo infinito. Ele está em muitas danças coletivas em diversas sociedades, em brincadeiras de crianças, ou nas grandes máquinas de girar dos parques de diversões. O que acontece com o corpo quando giramos, e como muitos e muitas artistas têm levado ao palco esse gesto, são algumas das questões abordadas neste episódio.
Quarto episódio – Sentar
Muitas vezes relacionado ao repouso ou ao descanso, o gesto está, no entanto, presente em diversas atividades da vida cotidiana como comer, beber, assistir, estudar, dirigir, viajar, trabalhar. É a condição de existência ou de experiência do mundo para diversos corpos com deficiência, que tem nas cadeiras de roda o suporte para sua mobilidade. Os diferentes usos do sentar, bem como as implicações que recaem sobre o corpo de quem senta, são também assuntos explorados por muitas danças.
Quinto episódio – Saltar
A complexidade e virtuosidade do salto em diversos contextos: nas mitologias, nas danças, nos esportes, nas lutas. Na língua portuguesa “saltar” se apresenta como um gesto técnico, enquanto “pular” faz parte do nosso dia a dia: pulamos para desviar dos buracos e poças d’água, para pegar o ônibus, para passar por uma porta antes que ela se feche. Pular e saltar estão ainda associados a um impulso para cima, o que confere ao gesto algumas características simbólicas que se imprimem em nosso imaginário.