Por Igor Arraes

No dia 15 de dezembro de 1675, era enterrado (não se sabe a data de sua morte) o pintor barroco holandês mais famoso e importante do século XVII (a Idade de Ouro Holandesa) – Johannes Vermeer.

Ele pintou, relativamente, poucas telas. Até hoje, só foram descobertos 5 quadros seguramente legítimos, com a sua assinatura e data. Todos os trabalhos encontrados foram pintados entre os anos 1656 e 1669.

Pelo que se conseguiu recuperar do seu acervo, ficou nítido o seu interesse pela luz, pela ciência e pela vida cotidiana.

O pintor não teve muito sucesso em vida e, após a sua morte, sua obra caiu logo no esquecimento. Mas, mais de 200 anos depois (1881), seu trabalho ressurgiu. Seu quadro mais conhecido, que inspirou um livro e um filme (ambos homônimos ao quadro) foi feito em óleo sobre tela (44,5cm x 39cm) e foi, provavelmente, pintado em 1665 (a tela não foi datada). Atualmente, se encontra no Museu Mauritshuis de Haia (Países Baixos).

Considerado “a Mona Lisa holandesa”, o quadro de Vermeer ‘Meisje met de parel‘ (em português: ‘Moça com Brinco de Pérola’) exibe uma figura feminina de uma moça que nos devolve o olhar com ar sereno e casto, trazendo um brilho nos lábios entreabertos, envolta em uma misteriosa atmosfera, e usando um chamativo turbante azul.

A tinta azul usada para pintar o turbante era caríssima na época (mais cara do que ouro). Mesmo passando por um período economicamente difícil, Vermeer continuou pintando com o material que julgava ser o mais adequado para a sua arte.

Como à época já não se usava turbante, especula-se que Vermeer tenha se inspirado na obra ‘Menino em um turbante’ (1655) de Michael Sweerts.

Estudos realizados no quadro ‘Moça com Brinco de Pérola’ mostram que a pintura não teve qualquer rascunho.

O autor: Igor Arraes de Alencar é friburguense. Aficionado por Geografia e História, já rodou por mais de 50 países nos quatro cantos do mundo. Também amante de Português, Matemática, Química, Biologia, Física e Astronomia, escreve sobre fatos históricos e curiosidades da vida, unindo a Arte à Ciência, mesclando todas essas matérias que ama.