Museu do Amanhã promove conversa sobre a relação do sonhar com as decisões que tomamos

Para provocar reflexões, na quinta-feira, 27, o Museu do Amanhã convida para a próxima edição do Encontros Para o Amanhã a escritora Eliane Potiguara, o terapeuta Lula Wanderley e a artista plástica Tadáskia. O trio conversa sobre a experiência individual e coletiva do sonhar e sua relação com as decisões que tomamos. Antes do evento, no átrio do Museu, os visitantes poderão assistir à apresentação performática de Oderiê e Dessa Ferriera, artistas do selo Mi Mawai.
Com o tema “Inteligências e Sonhos”, este encontro está relacionado à exposição “Sonhos: História, Ciência e Utopia”, de curadoria de Sidarta Ribeiro. O biênio 2024/2025 do Museu discute inteligências, sejam elas relacionais, ancestrais ou artificiais e, nesta edição da roda de conversa, o olhar cai sobre a forma com a qual nossas inteligências se manifestam a partir do processo do sonhar. O objetivo do Encontros Para o Amanhã é promover debates entre convidados de renome para gerar provocações e novas ideias.
“O Museu do Amanhã procura criar espaços para a expansão da imaginação sobre futuros possíveis e desejáveis. A ciência, a arte e a cultura tanto inspiram como se inspiram no mundo onírico e, portanto, tornam o sonhar ativo: um instrumento efetivo para vislumbrarmos futuros mais desejáveis que o presente”, comenta Fabio Scarano, curador do Museu do Amanhã e mediador desse encontro.
Sobre os convidados:
Eliane Potiguara é escritora, poeta e professora formada pela UFRJ e especializada em Educação Ambiental pela UFOP. É Embaixadora da Paz pelo Círculo de Embaixadores da França e Suíça. Seu livro de maior destaque é ‘Metade Cara, Metade Máscara’, pela Global Editora, em 2004, e em 2018 pela GRUMIN Edições. Ganhou o Prêmio do Pen Club da Inglaterra e do Fundo Livre de Expressão, EUA, pela autoria de ‘A Terra é a Mãe do Índio’. Primeira escritora indígena do país, criou a primeira organização de mulheres indígenas no Brasil: o GRUMIN (Grupo Mulher-Educação Indígena). Foi também a primeira mulher indígena a conseguir uma petição, em 1990, no 47º Congresso dos Índios Norte-Americanos, no Novo México, para ser apresentada às Nações Unidas, e trabalhou pela Declaração Universal dos Direitos Indígenas na ONU, em Genebra.
Lula Wanderley é terapeuta e artista visual. Formou-se em Psiquiatria pela Universidade Federal de Pernambuco, trabalhou com Nise da Silveira na Casa das Palmeiras e no Museu de Imagens do Inconsciente e contribuiu com Lygia Clark na transposição do Objeto Relacional para uma proposta psicoterápica junto a esquizofrênicos em hospitais psiquiátricos. Com amigos, criou o Espaço Aberto ao Tempo — uma das primeiras manifestações da psiquiatria contemporânea no Rio de Janeiro — desenvolvendo pesquisas no tratamento das psicoses com a arte como instrumento. Escreveu o livro ‘O Dragão Pousou no Espaço: arte contemporânea, sofrimento psíquico e o Objeto Relacional de Lygia Clark” e, ‘No silêncio que as palavras guardam: o sofrimento psíquicos, Objeto Relacional de Lygia Clark e as paixões do corpo’. Expõe, regularmente, em galerias de arte e museus.
Tadáskía é artista plástica e tem obras em importantes coleções públicas, como o MoMA – The Museum of Modern Art – e Solomon R. Guggenheim Museum, ambos em Nova Iorque, EUA; e Kadist Foundation, em Paris, França. Foi destaque na 35ª Bienal de São Paulo – Coreografias do impossível (2023) e já expôs na Áustria, Holanda, Portugal e Espanha. A partir do desenho, marcação e rasura, com pastel seco, lápis de cor, caneta ou esmalte de unha, da escultura em madeira e da interação entre conteúdo pictórico e escrita, ela produz ecos entre imagens e palavras, enquanto instaura ambiguidades que impossibilitam a adoção de um sentido fixo. Em vídeos e fotografias às quais chama de ‘aparições’, ações de mascaramento e transformação dos corpos retratados inquietam olhares e ambientes.