Movimento: o remédio universal para uma vida saudável

Por Paloma Herginzer
No próximo dia 6 de abril, comemoramos o Dia Mundial da Atividade Física, uma data que nos convida a refletir sobre o poder transformador do movimento. Mais do que uma celebração, este dia é um alerta sobre os impactos do sedentarismo na saúde global e a urgência de adotar hábitos ativos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a inatividade física é responsável por mais de 5 milhões de mortes anuais no mundo, um número alarmante que rivaliza com outras questões críticas de saúde pública. Em seu relatório mais recente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 27,5% dos adultos e 81% dos adolescentes globalmente não atingem os níveis recomendados de atividade física. Esses dados evidenciam o tamanho do desafio que enfrentamos.
Os benefícios da prática regular de exercícios físicos são amplamente reconhecidos pela ciência. Estudos mostram que pessoas fisicamente ativas têm um risco 30% menor de desenvolver doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Além disso, a prática frequente de atividades físicas reduz em até 20% o risco de desenvolvimento de cânceres, como o de cólon e mama. Não só isso: movimentar-se regularmente pode aumentar a expectativa de vida em até cinco anos.
No Brasil, os dados também preocupam. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2020, cerca de 40,3% dos brasileiros são classificados como insuficientemente ativos. O custo dessa inatividade reflete diretamente no sistema de saúde pública: segundo estimativas do Ministério da Saúde, o sedentarismo gera um impacto financeiro anual de R$ 1,5 bilhão, relacionado ao tratamento de doenças preveníveis.
A OMS estima que, entre 2020 e 2030, cerca de 500 milhões de pessoas desenvolverão doenças como obesidade, diabetes e doenças cardíacas devido à inatividade física. O sedentarismo pode gerar um custo global de US$ 27 bilhões por ano em despesas de saúde, caso medidas urgentes não sejam tomadas.
No Brasil, 47% dos adultos são considerados sedentários, e entre os jovens, esse número sobe para 84%, tornando o país um dos mais sedentários da América Latina. Menos de 50% dos países possuem políticas nacionais de incentivo à atividade física, e apenas 30% têm diretrizes específicas para todas as faixas etárias.
Por outro lado, pequenas mudanças podem causar grandes impactos. A OMS recomenda pelo menos 150 minutos semanais de atividades físicas moderadas ou 75 minutos de atividades vigorosas para adultos. Isso equivale a apenas 30 minutos por dia, cinco vezes por semana. Caminhadas, andar de bicicleta, dançar ou até atividades domésticas podem ajudar a atingir essas metas e melhorar significativamente a qualidade de vida.
O Dia Mundial da Atividade Física nos desafia a imaginar cidades mais ativas, onde a infraestrutura promove caminhadas, ciclovias e espaços para lazer ao ar livre. Além disso, reforça a importância de políticas públicas que incentivem o acesso à prática esportiva em escolas e comunidades, especialmente em áreas vulneráveis.
Em uma sociedade em que o tempo é frequentemente escasso, é essencial reconhecer que a atividade física não é apenas um investimento em saúde individual, mas também um ato de autocuidado e um benefício coletivo. Neste Dia Mundial da Atividade Física, convido você a abraçar o movimento. Levante-se, alongue-se e dê o primeiro passo – a sua saúde, o seu corpo e a sua mente irão agradecer.
* Paloma Herginzer é formada em licenciatura em Educação Física, especialista em Educação Especial e Inclusiva e Formação Docente EAD. Professora tutora dos cursos da área da Educação de Pós-Graduação do Centro Universitário Internacional Uninter.