Dra. Mariana Kessel./Divulgação

Por: Dra. Mariana Kessel

Os fios e sustentação estão ganhando cada vez mais espaço como procedimento rápido e não cirúrgico para efeito lifting facial. Com indicações variadas e prometendo efeitos imediatos, muitos pacientes buscam o procedimento sem entender exatamente suas características intrínsecas, gerando falsas expectativas e frustrações.

Os fios existem na dermatologia estética há algumas décadas. No começo eram usados com intenção apenas de tração tecidual e permaneciam no organismo, sendo classificados como não absorvíveis. Com o tempo, a técnica veio ganhando novos componentes como o ácido poli-l-láctico e mais recentemente a polidioxanona (PDO), os mais usados atualmente. Ambos são absorvíveis, isto é, após a resposta inflamatória inicial sofrem decomposição ao longo do tempo em cerca de 12 e 6 meses respectivamente.

Tanto o fio de ácido poli l-láctico quanto o de PDO têm a capacidade de estimular colágeno pelo organismo. Após anestesia local o fio é introduzido na derme através de cânula específica. Dependendo da intenção do aplicador este fará escolha do fio mais apropriado para a sua técnica. Por exemplo, ao se tratar região perioral ou periorbitária sem tração utilizaremos o fio de PDO de mínima espessura e em plano superficial apenas para estímulo de colágeno. Em contrapartida, quando almejamos efeito lifting associado ao estímulo de colágeno podemos usar o fio de ácido poli l-láctico ou PDO com espículas, que irão se fixar na camada mais profunda da derme induzindo um processo inflamatório local com produção de colágeno e maior sustentação tecidual.

Sendo um procedimento de baixa complexidade e baixo risco de complicações a aplicação dos fios é realizada em consultório e o paciente pode retornar às suas atividades rotineiras logo em seguida. O risco de hematomas é orientado e uma maquiagem corretiva pode ser usada para amenizar.

Apesar dos efeitos positivos, gosto sempre de frisar que a escolha correta do material e do paciente são essenciais para o sucesso do procedimento. Cada indivíduo irá apresentar uma resposta individual ao tratamento. Dependendo da característica da face, o fio de sustentação pode não gerar um efeito duradouro, o que leva a frustração do médico e do paciente.

Com a gama de produtos e tratamentos que dispomos hoje em nossos consultórios, a combinação de técnicas costuma ser assertiva e trazer mais qualidade aos tratamentos. Lembrando que muitas vezes, apesar de podermos sim abreviar as intervenções cirúrgicas quando temos adesão precoce do paciente, o lifting facial cirúrgico (ritidoplastia) é a opção mais duradoura e eficaz para tratamento da flacidez acentuada da face.