Benito Di Paula nos anos de 1970./ Reprodução

Foi no Hotel Avenida, do empresário português Alfredo Motta e sua esposa Dona Candinha, que assinou seu primeiro contrato profissional. O bar do Hotel virou seu point. Todas as noites era ali que declarava o seu amor à música, embalando as tilintadas das pedras de gelo dos uísques de turistas, hóspedes, socialites e boêmios.

Foi Sr. Alfredo Motta que cunhou o seu nome artístico.

– Uday? Não! Benito. É mais sonoro!

E Uday completou: – Então coloca um Di Paula para ficar italianado. 

– Benito Di Paula! – Finalizou o empresário.

Do alto do morro do Perissê, avistou seu destino. O “montanhês” Uday, agora Benito Di Paula, queria dar uma vida melhor aos pais e irmãos, mas, muito além dessa missão,queria levar a música que compunha e arranjava, num estilo todo seu, ao mundo. E não seria na pequena cidade que já conquistara. Dava aulas particulares de violão e também era rádio telegrafista, mas não era o suficiente. Queria mais!E o trem, que chegava e partia da cidade, seria seu aliado.

Aos 17 anos precisava se alistar no Exército. Foi para a seleção no Rio. Mas foi dispensado por não ter físico para tal. Mas o propósito de conseguir algo melhor falou mais alto. Arrumou um lugar para ficar no morro da Formiga, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro e uma colocação para integrar uma banda que tocava na Boite Balalaika,  em Copacabana, uma das mais conhecidas casas de entretenimento adulto do Rio.

Foi lá que, na ausência do pianista, iniciou sua curiosidade com o instrumento, transpondo melodias das cordas do violão para as teclas. Em pouco tempo já substituía o colega, mas nunca aceitou que o mesmo fosse demitido para ocupar o seu lugar.

Primeiro o Rio de Janeiro, em casas noturnas, boites – onde foi crooner, churrascarias e clubes sociais. Depois, São Paulo.